segunda-feira, 2 de abril de 2012

Formalmente constituída, coligação CASA propõe "contrato social" aos angolanos



EL - Lusa

Luanda, 02 abr (Lusa) - A coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA), formalmente constituída hoje em Luanda, propõe aos angolanos um "contrato social" para garantir uma alternativa política ao MPLA, no poder, e à UNITA, maior partido da oposição.

"O objetivo fundamental são as eleições gerais de setembro, mas paralelamente a esse objetivo maior, queremos desenvolver ações para apoiar os angolanos e concretizar projetos sociais, em concertação com todos os partidos", disse à Lusa Lindo Bernardo Tito, vice-presidente e porta-voz da CASA.

A coligação é liderada por Abel Chivukuvuku, antigo dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), eleito hoje juntamente com os restantes órgãos de direção, em lista única, pelos 690 delegados presentes.

A cerimónia de abertura, em que não esteve representado nenhum dos partidos com assento parlamentar, foi preenchida com mensagens de apoio, tendo a seguir às eleições do Conselho Presidencial (cinco membros) - encabeçado por Chivukuvuku -, e dos conselhos Executivo (27 elementos) e Deliberativo (223 elementos), os trabalhos passado a decorrer à porta fechada.

As portas abrem-se novamente na manhã de terça-feira para a posse dos órgãos de direção, leitura do comunicado final e o discurso de encerramento de Abel Chivukuvuku.

No seu "Manifesto ao Povo Angolano", a coligação propõe 10 princípios ao eleitorado, que vão desde a "consolidação da paz, reconciliação nacional e estabilidade social", até à "modernização do Estado, através de uma reforma institucional para um novo sistema político".

No documento, a CASA considera que "os atos administrativos ilícitos e de má-governação cometidos no passado" fazem parte de uma etapa que está definitivamente encerrada, pelo que acentuam não ser seu propósito "procurar culpados, mas sim investir energias no engrandecimento de Angola".

De realçar que a coligação propõe a retirada das efígies de personalidades políticas vivas ou falecidas que constam no papel-moeda em circulação em Angola, de selos e documentos de identificação, quando estiverem em causa "propósitos de exploração em benefício político do Governo".

Presentemente, as notas de kwanzas, a moeda nacional de Angola, e os bilhetes de identidade apresentam as efígies do primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto, e do atual chefe de Estado e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), José Eduardo dos Santos.

A CASA foi publicamente apresentada no passado dia 14 de março por Abel Chivukuvuku, que caraterizou a coligação como a terceira via face ao MPLA, atual partido no poder, e a UNITA.

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