segunda-feira, 2 de abril de 2012

Moçambique: Homens que tentaram vender amigo vão a julgamento



AYAC - Lusa

Chimoio, 02 abr (Lusa) Os dois homens que tentaram vender um amigo de 22 anos há dias no distrito de Manica, no centro de Moçambique, serão julgados próxima semana, disse hoje à Lusa fonte policial.

Pedro Jemusse, comandante distrital da polícia em Manica, disse que os dois homens (genro e sogro), cujo processo-crime já foi remetido ao tribunal local, deverão responder por tentativa de venda de ser humano, mas as investigações continuam para a localização da compradora.

"Agora aguardamos o julgamento dos dois homens e esperamos uma punição exemplar das autoridades competentes para desacelerar as tentativas de vendas de seres e ou órgãos humanos", disse à Lusa, Pedro Jemusse.

Os dois homens, detidos pela polícia, com promessas de emprego terão atraído o jovem a deslocar-se de Nhamatanda (Sofala) para Manica, onde seria vendido supostamente para extracção de órgãos genitais. O jovem seria vendido por 200 mil meticais (5.405 euros)

"Os dois indivíduos decidiram vender uma pessoa, por isso usaram o emprego como isco para o jovem sair de Nhamatanda para Machipanda, onde o negócio deveria decorrer para depois o levar para Tete onde estava a compradora e serem extraídos os órgãos. A polícia infiltrou-se no negócio e conseguiu deter os vendedores", explicou à Lusa Belmiro Mutadiua, porta-voz do comando provincial da policia em Manica.

Este é o terceiro caso de venda de pessoas para extração de órgãos genitais abortada pela polícia este ano. No total oito pessoas estão detidas e investigações ainda estão em curso para descobrir os mandantes e ou compradores.

"A polícia continua a trabalhar para neutralizar a senhora que estava à frente do negócio em Tete, onde o jovem seria recambiado para ser degolado. E estamos atentos para evitarmos que o negócio de órgãos humanos prospere", afirmou Mutadiua.

No princípio de fevereiro a polícia do distrito de Manica deteve um zimbabueano e dois nacionais por rapto de uma criança de cinco anos, quando vendia fruta, e que seria vendida a um comerciante da região.

Antes disso, em janeiro, a polícia abortou a venda de um jovem, 19 anos, no distrito de Gondola, que seria degolado, caso o negócio fosse aprovado pelos traficantes, que pretendiam "adquirir" três crianças entre os zero e os três anos, mas que ficaram de apreciar uma oferta de um rapaz mais velho.

Três pessoas foram detidas, incluindo uma ex-chefe do governo local que era funcionária da Administração distrital de Gondola.

Em 2010, o Tribunal Judicial Provincial de Manica (TJPM) julgou pelo menos sete processos de venda, extração e tráfico de órgãos e 16 pessoas foram condenadas, entre empresários e curandeiros, envolvidos como mandantes e compradores dos órgãos humanos, geralmente usados para "fins satânicos".

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