Mário Cruz, Lusa – em RTP
Referindo-se à situação na Guiné-Bissau, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, falou hoje no parlamento sobre a eventualidade de "uma resposta adequada para a defesa dos cidadãos nacionais". A esta justificação clássica para as intervenções militares europeias, junta-se a circunstância de a Força de Reacção Imediata (FRI) das Forças Armadas portuguesas ter elevado o seu nível de prontidão tendo em vista a situação na Guiné-Bissau.
Paulo Portas proferiu hoje as suas declarções perante a Comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, condenando o golpe militar e perspectivando uma resposta "firme" da CPLP sobre a Guiné-Bissau. A isso acrescentou: "Temos em especial atenção a necessidade de acorrer a situações difíceis para termos uma resposta adequada para a defesa dos cidadãos nacionais".
Portas lamentou ainda a existência do que classificou como "uma cultura de resolução violenta das situações políticas" na Guiné-Bissau e afirmou: "A lógica da violência tem de ser travada e deve ser promovida a escolha livre pelo povo da Guiné dos seus dirigentes".
A fundamentação para o MNE condenar o golpe tem que ver com o facto de este ter sucedido "no intervalo entre a primeira volta e a segunda volta das eleições, que Portugal ajudou tecnicamente, tal como sempre ajudou. Houve a primeira volta, o primeiro-ministro, que era candidato, teve 49 por cento e na véspera da campanha eleitoral acontece um golpe militar que leva à captura dos responsáveis democráticos".
Portas lamentou ainda a existência do que classificou como "uma cultura de resolução violenta das situações políticas" na Guiné-Bissau e afirmou: "A lógica da violência tem de ser travada e deve ser promovida a escolha livre pelo povo da Guiné dos seus dirigentes".
A fundamentação para o MNE condenar o golpe tem que ver com o facto de este ter sucedido "no intervalo entre a primeira volta e a segunda volta das eleições, que Portugal ajudou tecnicamente, tal como sempre ajudou. Houve a primeira volta, o primeiro-ministro, que era candidato, teve 49 por cento e na véspera da campanha eleitoral acontece um golpe militar que leva à captura dos responsáveis democráticos".
Louvor de Portas ao papel da missão angolanaEm termos práticos, Portas fez um apelo ao respeito pela "integridade física dos dirigentes da Guiné Bissau" e deu conta de ter estado "reunido com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola". Segundo o ministro, "todos pressentimos que havia um agravamento larvar da situação, que havia demasiadas ameaças e, essa reunião, que acontece amanhã [sábado em Lisboa, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] também envolve o apoio e o compromisso com aquilo que a missão angolana está a fazer em Bissau".
Para já, os contornos de uma hipótese de uma intervenção militar têm mais que ver com a CPLP. Segundo Portas, "os países da CPLP devem ajudar Angola. Esta missão [militar angolana, Missang] é um fator de segurança e não um fator de instabilidade". O ministro louvou o papel da missão angolana, considerando "importante que haja uma presença de segurança internacional".
Portas manifestou ainda a expectativa "de que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau consiga chegar a Portugal [para a reunião]". E sinalizou o que espera da reunião: "que a CPLP em concertação natural com a ONU deve condenar o golpe militar, sublinhar a ordem constitucional, abordar o cumprimento do calendário eleitoral para a escolha de um Presidente da República pelo povo e deixar claro que quem viola a legalidade e interfere no processo eleitoral deve ser responsabilizado pela comunidade internacional".
Elevada prontidão militar portuguesa
Entretanto, fontes militares comunicaram à agência Lusa que a Força de Reação Imediata (FRI) das Forças Armadas portuguesas elevou o seu nível de prontidão tendo em vista a situação na Guiné-Bissau e para "acautelar" qualquer eventualidade.
Segundo as mesmas fontes, forças especiais de paraquedistas e fuzileiros receberam ordens para prepararem uma resposta rápida. A FRI deve, em teoria, ser mobilzável em 72 horas, sob as ordens do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Contudo, o gabinete do ministro da Defesa Nacional e o porta-voz do EMGFA foram muito mais lacónicos perante os pedidos adicionais de esclarecimentos da Lusa do que Paulo Portas o tinha sido no parlamento. O ministro da Defesa e os chefes dos três ramos da Forças Armadas, bem como o CEMGFA encontram-se, entretanto, reunidos com a situação guineense na agenda.
Segundo as mesmas fontes, forças especiais de paraquedistas e fuzileiros receberam ordens para prepararem uma resposta rápida. A FRI deve, em teoria, ser mobilzável em 72 horas, sob as ordens do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Contudo, o gabinete do ministro da Defesa Nacional e o porta-voz do EMGFA foram muito mais lacónicos perante os pedidos adicionais de esclarecimentos da Lusa do que Paulo Portas o tinha sido no parlamento. O ministro da Defesa e os chefes dos três ramos da Forças Armadas, bem como o CEMGFA encontram-se, entretanto, reunidos com a situação guineense na agenda.
Opinião Página Global
Ninguém fez ou fará mal aos portugueses que estão na Guiné-Bissau se eles observarem os devidos cuidados. Sempre assim foi. Os imberbes ressabiados do governo Cavaco-Passos-Portas mostram a sua costela colonialista frustrada e pensam-sonham salazarmente acordados e a dormir, atores definhados num palco onde cantam e ensaiam o “Oh Tempo Volta P'ra Trás”. Só por essa razão assistimos ao ridículo da notícia acima. Ridícula na verdade porque a ameaça é tonta e injustificada. A não ser que sejam os saudosos do colonialismo e do salazarismo, os já citados e muitos outros, que desta vez não sejam cobardes, tomem armas e avancem para a Guiné e em força, à semelhança da afirmação de Salazar em 1961: "Para Angola e em força!"
Dignos que são da sombra e espírito do nefasto ditador, que se deixem de cobardias e que vão para lá eles. Já chega de portugueses na guerra mortos e feridos na Guiné-Bissau, bastou durante a guerra colonial. Chega de estropiados, de órfãos e viúvas. De pais a chorarem os milhares de filhos. Urge que os cobardes deste governo e da presidência da República atinem e que parem com a irresponsabilidade de intervir na Guiné-Bissau à revelia do povo português. O senhor Portas Passos Cavaco que se deixe de armar em cowboy ou senão que pegue em armas e que vá para o seu idealizado teatro de guerra. Já agora aproveite e que nos livre dos seus pares ridículos, salazarentos e bolorentos.
Naquele país tudo pode e deve ser resolvido por via do diálogo e não como o governo português está a conjeturar e a ameaçar. Por agora gargalhemos perante os cretinos deste terrível governo de meninos colonialistas frustrados e ressabiados. (Redação PG – LV)
Sem comentários:
Enviar um comentário