sábado, 21 de abril de 2012

Guiné-Bissau: Apoiantes de Carlos Gomes Júnior "operacionalizam" frente anti-golpe



Lusa

Bissau, 21 abr (Lusa) - Partidos e organizações que apoiaram Carlos Gomes Júnior nas eleições presidenciais de março passado, entretanto detido na sequência do golpe de Estado do dia 12, anunciaram hoje que vão "operacionalizar" uma "frente anti-golpe de Estado".

O anúncio foi feito por Iancuba Injai, do Partido da Solidariedade e Trabalho, que disse que a estrutura (que já fora anunciada e que agora vai começar a trabalhar) junta políticos, sindicatos, religiosos e empresários, entre outros.

A "frente" vai lutar "para que o retorno à legalidade constitucional se concretize", disse o político em conferência de imprensa, frisando de novo que os partidos e organizações não reconhecem qualquer órgão imposto "ou saído de qualquer concertação que não seja de órgãos democraticamente eleitos pelo povo guineense".

Partidos ouvidos pelo presidente interino defendem "retorno à normalidade"

Lusa

Bissau, 21 abr (Lusa) - Todos os partidos hoje ouvidos pelo presidente interino da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau condenaram o golpe de Estado e defenderam o "retorno à normalidade" constitucional, disse Serifo Nhamadjo.

Serifo Nhamadjo, presidente interino do parlamento guineense, convocou os partidos com assento parlamentar para uma reunião, seguida de outra com os partidos sem assento, dizendo no final que houve unanimidade na condenação do golpe militar de dia 12.

O PAIGC, maior partido e no poder até ao golpe de Estado, não compareceu. Ainda assim, Serifo Nhamadjo afirmou aos jornalistas que o encontro foi positivo e defendeu que é necessário "conversar com todos os atores políticos" para se chegar a uma solução para a crise. "O que estamos a fazer é entender e apontar caminhos para soluções", disse.

Liga dos Direitos Humanos e Movimento Sociedade Civil contra acordo militares/políticos

FP - Lusa

Bissau, 21 abr (Lusa) - A Liga dos Direitos Humanos e o Movimento da Sociedade Civil para a Paz condenaram hoje o acordo para a Estabilização e Manutenção da Ordem Constitucional, assinado entre militares e políticos guineenses na quarta-feira.

O Movimento marca também para segunda-feira uma manifestação.

Alguns partidos políticos e o Comando Militar que desencadeou um golpe de estado na Guiné-Bissau assinaram na quarta-feira passada um acordo que previa a criação de um Conselho de Transição e a realização de eleições dentro de dois anos. O Comando Militar disse no entanto depois que nada estava ainda decidido.

Ainda assim, a Liga dos Direitos Humanos disse, em comunicado, que o acordo foi assinado "por entidades desprovidas de qualquer legitimidade popular" e responsabilizou depois "o Estado maior General das Forças Armadas e todos os envolvidos no golpe de Estado" pela crise social no país, "sobretudo no interior, em virtude da deslocação massiva das populações, incluindo o naufrágio que ocorreu na ligação marítima entre Caio e Djeta".

A Liga repudia as "buscas ilegais" e "pilhagens" nas residências "dos responsáveis políticos e cidadãos comuns" e volta a exigir a libertação do Presidente interino e do primeiro-ministro, Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior, detidos pelos militares.

Também em comunicado, o Movimento Nacional da Sociedade Civil "manifesta a sua estranheza face aos comportamentos ilegais e inaceitáveis de alguns dirigentes políticos e outras personalidades que ocuparam funções cimeiras na hierarquia do Estado guineense, cujas ações irresponsáveis deram corpo e alma" ao golpe de Estado.

Além de exigir a libertação do Presidente interino e do primeiro-ministro, o Movimento apela aos cidadãos para se mobilizarem em torno "de uma gigantesca marcha pacífica que terá lugar no próximo dia 22, com o objetivo de exigir a reposição da ordem constitucional e a libertação imediata dos detidos".

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