A Guiné-Bissau está suspensa da Organização Internacional da Francofonia (OIF), que agrega 56 países, anunciou a organização em comunicado. No texto, é feito um apelo ao “pleno respeito pelos direitos humanos” e à libertação dos detidos, entre eles o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, que em Março venceu a primeira volta das presidenciais.
O porta-voz do Comando Militar, que reivindica a autoria do golpe, Daba Nah Walna, garantiu que Gomes Júnior e o Presidente Interino Raimundo Pereira vão ser libertados “assim que estejam reunidas as condições de segurança”, mas adiantou que “Gomes Júnior não pode voltar a ser primeiro-ministro e muito menos Presidente, porque ficavam abertas as portas para a retaliação”. A libertação dos detidos é uma condição exigida pela CEDEAO e pela CPLP.
O afastamento de Gomes Júnior decorreu a meio do processo eleitoral e o seu partido, o PAIGC, já acusou o candidato Kumba Ialá, que recusou participar na segunda volta das eleições, de “envolvimento directo e assumido” no golpe de quinta-feira.
Ontem, o PAIGC exigiu que Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira voltem a assumir as suas funções, o que é rejeitado pelos militares. O partido recusou também “qualquer solução de transição”.
O secretário nacional do PAIGC, Luís Olivares, defendeu, em declarações à AFP, que todas as instituições dissolvidas pelos militares sejam restabelecidas e que “os antigos dirigentes sejam reconduzidos nas suas funções”, excluindo “qualquer solução de transição”. O partido recusa, portanto, a proposta dos militares de afastamento de Carlos Gomes Júnior.
Para o PAIGC, o “regresso à normalidade” prometido pelos golpistas “significa que o Presidente interino Raimundo Pereira e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior retomam as suas funções”. Luís Olivares apelou para que seja enviada para a Guiné-Bissau uma força de estabilização da ONU e adiantou que “o PAIGC aceitará qualquer força de estabilização, quer seja mobilizada pela CEDEAO ou qualquer outra instituição, desde que seja sob a égide da ONU”.
A situação na Guiné-Bissau é debatida hoje pelo Conselho de Segurança da ONU, numa sessão em que será ouvido o chefe da diplomacia guineense, Mamadu Djaló Pires.
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