FP - Lusa
Bissau, 12 abr (Lusa) - O segundo candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau, Kumba Ialá, pediu hoje à Comissão Nacional de Eleições (CNE) para que retire a sua fotografia dos boletins de voto da segunda volta.
Em conferência de imprensa, o candidato, que deveria disputar a segunda volta mas que se recusa por considerar que a primeira foi fraudulenta, disse que mantém a decisão de não participar, apesar de não o ter comunicado oficialmente e por isso, segundo a CNE, ir disputar a segunda volta com o candidato mais votado, Carlos Gomes Júnior.
Kumba Ialá, acompanhado de Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa e Serifo Baldé, que com Afonso Té (ausente) formam o grupo de cinco candidatos que contestam as eleições, reafirmou que o grupo contesta a totalidade do processo eleitoral e exige a anulação das eleições, ainda que quer a CNE quer o Supremo Tribunal de Justiça tenham rejeitado tal pretensão.
Ialá disse também na conferência de imprensa que nos próximos 15 dias irá "formar e reforçar" as estruturas de base do seu partido (PRS), que "vai estar no terreno para ver quem avança para a campanha".
Questionado sobre se essa posição é uma ameaça afirmou: "nós já dissemos que não haverá campanha para ninguém, já afirmamos e repetimos várias vezes que não haverá campanha a nível nacional. Caso vier alguém a fazer campanha a responsabilidade será desse alguém e as consequências serão dessa pessoa, porque eles sabem que não há condições para que ninguém faça campanha".
"Enveredamos mais uma vez, pela via ordeira e pacífica que legitimamente a democracia nos confere, para reiterar a nossa posição anteriormente assumida", diz um comunicado lido por Kumba Ialá, candidato que na parte de perguntas dos jornalistas explicou que não quer nem a fotografia nem o nome nos boletins de voto: "não vamos permitir que alguém utilize indevidamente o nosso nome para quaisquer oportunismos e já afirmámos que não vamos participar".
Para o candidato, a única solução é a anulação das eleições de 18 de março e fazer um recenseamento de raiz. Questionado sobre o que acontecerá se Carlos Gomes Júnior for eleito, Kumba Ialá o candidato reafirmou não reconhecer qualquer tipo de eleições e disse que é de Carlos Gomes Júnior a responsabilidade de concorrer sozinho.
Kumba Ialá reafirmou também não reconhecer Alpha Condé, Presidente da Guiné-Conacri, como mediador para a situação decorrente da recusa dos cinco candidatos e garantiu que não o receberá caso venha a Bissau.
Sobre a CNE disse que é um órgão "fabricado pelo PAIGC" (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, no poder), dirigido pelos membros do "bureau" político do partido e por isso não é isento.
Os cinco candidatos congratularam-se pela "sábia decisão das autoridades angolanas na retirada da Missang (força militar em Bissau), salvaguardando assim as melhores relações que sempre existiram" entre os dois países.
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