quarta-feira, 18 de abril de 2012

JOSÉ MARIA VASCONCELOS É ELEITO NOVO PRESIDENTE DO TIMOR LESTE



Prensa Latina

Dili, 17 abr (Prensa Latina) O antigo chefe guerrilheiro José Maria Vasconcelos, conhecido como Tuar Matam Ruak, obteve hoje a vitória no segundo turno das eleições para presidente do Timor Leste, segundo resultados preliminares da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Vasconcelos conseguiu mais de 61 por cento das 452 mil sédulas apuradas frente a 38 por cento obtido por seu adversário, o outrora chefe independentista Francisco Guterres ou Lu Olo, anunciou por rede de televisão Tomas Cabral, porta-voz do CNE.

Cerca de 73 por cento dos 650 mil timorenses convocados foram às urnas no segundo turno, efetuado após nenhum candidato ter conseguido a maioria necessária na votação realizada no dia 17 de março, na qual saiu derrotado o presidente em funções, o histórico Jose Ramos-Horta, prêmio Nobel da Paz.

Vasconcelos, de 56 anos, e Guterres, de 58, foram colegas na guerrilha contra as tropas indonésias que ocuparam o Timor Oriental depois da retirada de Portugal desta antiga colônia em 1974.

Durante os últimos anos da resistência, o novo presidente eleito dirigiu o braço armado da Frente Revolucionária do Timor Oriental Independente.

Depois da independência em 2002, Vasconcelos foi designado chefe das Forças Armadas, cargo ao que renunciou em 2011 para apresentar-se às eleições presidenciais.

Para sua vitória, este General de Divisão contou com o apoio do partido maioritário da coalizão dirigente, o Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor Leste, de centro-esquerda e o qual é dirigido pelo premiê Xanana Gusmao, considerado o líder da independência da nação sul-asiática.

A ONU teve esta nação sob mandato em 1999, depois da saída das tropas indonésias, e isso permitiu sua independência três anos mais tarde, em 2002.

Segundo uma comissão independente, durante os 24 anos de ocupação, cerca de 200 mil pessoas foram assassinadas, equivalente a quase um quarto da população timorense.

Este jovem país, que celebrará em maio o décimo aniversário de sua independência, esteve à beira de uma guerra civil em 2006, que obrigou a volta da missão de paz da ONU para ajudar a controlar a violência e organizar as primeiras eleições de 2007.

O futuro presidente terá importantes desafios tais como garantir uma paz duradoura, depois da partida da força da ONU prevista para final deste ano, e tirar o país sul-asiático de uma pobreza endêmica, apesar dos prometedores recursos dos hidrocarbonetos.

mgt/mne/es

Sem comentários:

Mais lidas da semana