Coincidências ou talvez não. No livro encontram-se analogias com Salazar, o ditador de que Portugal julgou ter-se livrado em 25 de Abril de 1974. A fiel D. Maria permaneceu junto a Salazar por décadas, quase toda a vida, empregada para todo o serviço. Mas Salazar habitava São Bento, não Belém. Era parco e diferente na gula de bens materiais e no espaço que ocupava.
Nem nunca se mostrou hipocritamente preocupado que as suas reformas não chegassem para as despesas, nem lhe falassem de negócios com “aplicações de poupança” conseguidas em estranho preço de saldo e lucro espetacular. Salazar, de tão rigoroso era honesto e parco nas mordomias que para si reservava. Ascético, como convém aos ditadores. Sem ganâncias pessoais ou familiares. De uma D. Maria para a outra vão grandes diferenças. Ela, a de Salazar, e o seu patrão, saíam muito menos dispendiosos a Portugal. Sem comparação. Estes pesam imenso e nem sequer valem isso, antes pelo contrário. Informem o autor de “D. Maria a empregada de Cavaco”. Uma semelhança a salientar, entre as que podemos perscutar na obra: ambos apetrechados de uma boa dose de cobardia, é verdade. Afinal o livro é de ficção ou corresponde à realidade? (Redação – HS)
O Livro
Sinopse: «Bem alertou o Senhor Presidente que o corte dos subsídios aos funcionários públicos e aos pensionistas não era justo. E o Senhor Presidente sabia do que falava, pois ele também é um desses pensionistas. Lá por não jogar à bisca lambida no jardim de Belém com os outros reformados, não andar a ler todos os jornais gratuitos que oferecem nos semáforos e ganhar uma pensão 33 vezes mais alta do que a de 300 euros que eles têm não quer dizer que o Senhor Presidente não sofra com os cortes nas pensões. (…). Correu até o boato que o Senhor Presidente não ia assinar o Orçamento para 2012. Mas essas pessoas não conhecem o Senhor Professor Cavaco Silva como eu conheço. O seu dever é alertar. Não é vetar. (…) Felizmente durante os seus 48 anos de casado, o Senhor Presidente e a Primeira-dama foram sempre muito poupados. (…) Tivessem os outros reformados feito o mesmo e agora não andavam aí a protestar por tudo quanto é lado. Ganhavam o salário mínimo e não punham nada de lado? E agora queixam-se?! Como se diz na minha aldeia: no poupar é que está o ganho.» Nascida em Horta da Vilariça, no final dos anos 40, Maria chegou a Lisboa ainda na flor da juventude. Nascida para trabalhar, rapariga de muita discrição, cedo ganhou a admiração nos corredores do Palácio de Belém. Testemunha privilegiada do dia a dia do palácio, Maria traz-nos ao longo destas páginas o relato inédito e não censurado dos bastidores da presidência do Professor Aníbal Cavaco Silva. Dos pequenos episódios da vida doméstica às audiências com as grandes figuras da política internacional, tudo é aqui registado de forma simples e apaixonada pela empregada do Presidente da República. António Ribeiro regressa à escrita com pano de pó e espanador em punho, para nos abrir as portas do Palácio de Belém e narrar as peripécias de Maria, a empregada de Cavaco Silva. Testemunha única de casos que incendiaram a vida política nacional nos últimos 6 anos. Das alegadas escutas em Belém, às relações institucionais com José Sócrates e Passos Coelho, do estatuto dos Açores, ao Orçamento de Estado de 2012, das ações do BPN, às pensões do Senhor Presidente da República.
Título: D. Maria, a empregada de Cavaco - Colecção: Fora de Colecção - Nr de páginas: 192 - PVP /c Iva: 15 € - ISBN: 978-989-626-365-2 - Formato: 16 x 23,5 - Encadernação: Brochado - Data: Março
Editora: Esfera dos Livros
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