quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ministra de Cabo Verde desafia reguladores a garantir Internet para todos



JSD - Lusa

Cidade da Praia, 25 abr (Lusa) - A ministra das Infra-Estruturas e Economia Marítima de Cabo Verde desafiou hoje a Associação de Reguladores de Comunicação e Telecomunicações Lusófonos (ARCTEL) a refletir sobre uma forma de garantir Internet para todos no espaço da CPLP.

Sara Lopes, citada pela Inforpress, falava na abertura do III Fórum Lusófono das Comunicações, que decorre durante dois dias na capital cabo-verdiana, sob o tema "Tendências, Panorama e Desafios do Roaming Internacional".

"Podemos ou não criar as condições para que 100 por cento das populações lusófonas tenham verdadeiramente acesso a esses serviços, sobretudo à Internet?", desafiou Sara Lopes, para quem o preço dos serviços de telecomunicações, sobretudo os praticados a nível das comunicações móveis e da Internet são ainda "enormes".

A governante mostrou-se ainda ciente de que é possível garantir Internet gratuita para todos ou em condições de poder ser pago por qualquer cidadão pertencente do espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), pelo que apelou a que se analise a questão e se apresentem propostas concretas.

Recorrendo-se ao caso de Cabo Verde, Sara Lopes lembrou que, sendo um país arquipelágico, "fica difícil" prestar um serviço de saúde de qualidade sem se recorrer ao serviço de telemedicina, cujos custos de comunicações são ainda "enormes".

O secretário da ARCTEL, Filipe Batista, respondeu ao desafio lançado pela governante cabo-verdiana, assegurando que "não só é possível, como desejável", que a Internet chegue a todos, admitindo, porém, que a forma de o conseguir será trabalhosa.

"Mas é por isso que aqui estamos, empenhados em partilhar experiências e discutir e tentar encontrar um caminho que seja positivo, que crie todas essas condições e dê a possibilidade a todos de terem acesso à Internet", indicou.

Relativamente à diminuição dos preços das comunicações, Filipe Batista afirmou que a ARCTEL nada pode fazer, mas sublinhou que pode promover o debate e sensibilizar os agentes deste setor para que a questão seja discutida.

Por seu lado, o presidente da Agência Nacional das Comunicações (ANAC) de Cabo Verde, David Gomes, defendeu ser preciso orientar as política nacionais de comunicação, sobretudo de acesso à Internet, promovendo um plano estratégico para universalizar o acesso em todo o país.

"Para tal, é preciso combinar várias iniciativas, quer públicas quer privadas, que darão acesso à Internet gratuita ou semi-gratuita às populações", defendeu.

O fórum, realizado anualmente em paralelo com a Assembleia-Geral da ARCTEL, que decorreu segunda e terça-feira, visa promover o intercâmbio de informação e experiências no âmbito da regulação do setor das comunicações dentro da comunidade lusófona.

Paralelamente a este evento, decorre a II Mostra Tecnológica, que visa dar a conhecer os avanços e a excelência do setor no espaço lusófono, através de parcerias estabelecidas entre os agentes económicos, em defesa do desenvolvimento sustentável do mercado lusófono, formado por cerca de 300 milhões de consumidores.

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