Portugal está entre os países da União Europeia onde os alunos, do 1.º ciclo ao secundário, mais horas passam nas aulas todos os anos letivos. É pelo menos o que diz um balanço sobre esta matéria divulgado pela rede educativa europeia Eurydice.
Este número está longe de se refletir nos resultados alcançados pelos alunos portugueses, que, apesar dos progressos assinaláveis dos últimos anos, continuam distantes dos melhores, como a Finlândia, que por sinal aplica uma carga horária bem mais modesta aos seus estudantes dos vários ciclos letivos.
O porquê deste aparente contrassenso varia em função do interlocutor. Para o Ministério da Educação e Ciência, o principal problema nacional é a "dispersão curricular" em que o País é "campeão" a nível europeu. Por isso mesmo, diz o ministério, foi decidido rever os currículos, reforçando as áreas "nucleares" e cortando no supérfluo.
Mas pais e professores têm visões diferentes. Para quem tem a responsabilidade de ensinar, de pouco servirá mexer nos currículos enquanto as disciplinas continuarem a ter programas gigantescos, carregados de matéria.
Já os pais associam as mexidas nos currículos sobretudo a objetivos de poupança: a demografia indica que, no futuro próximo, teremos cada vez menos alunos. Por isso, para quem governa, faz sentido começar já a cortar nos professores. O problema, defendem, é que a aposta deveria estar a ser feita na qualidade e exigência da formação destes e não em mais ou menos horas desta ou daquela disciplina.
Manda o bom senso que se ouça quem sabe. E os professores, estando no terreno, terão a autoridade necessária para se pronunciarem sobre esta matéria. A verdade é que, parece evidente, para se obterem ganhos de eficiência em matéria escolar é necessário reduzir a carga horária em vez de a aumentar. Mas para que tal seja possível, é obrigatório rever os tais programas que, de tão extensos, não cabem num ano letivo, por maior que seja a carga horária.
1.º de Maio
Talvez desde 1974 que um Dia do Trabalhador não tinha tanta importância para os sindicatos. Neste tempo de austeridade e reviravolta nos direitos laborais, de tanto desemprego e "ataque ao Estado social", a CGTP tem mesmo de conseguir uma mobilização "expressiva" ou, então, adensará a imagem de falta de capacidade de ação deixada por entre o flop da última greve geral.
Arménio Carlos ergue a voz contra o acordo de concertação social assinado pela UGT. As duas centrais vão de costas voltadas para a rua. E até o socialista João Proença tem uma tarefa ingrata entre mãos. O líder da central, que recentemente ameaçou rasgar o acordo, terá de se comprometer publicamente com a garantia de que as medidas para o emprego e o crescimento vão ser levadas a sério pelo Governo. Isto no momento crítico em que o líder do seu partido, António José Seguro, decidiu esticar a corda e acusar o Governo de estar a "destruir o consenso político", tão vital ao País.
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