segunda-feira, 16 de abril de 2012

P3 Orion e C-130 portugueses estacionados na ilha cabo-verdiana do Sal



JSD (ATF/SBR) - Lusa

Cidade da Praia, 16 abr (Lusa) - Os aviões militares portugueses "P3 Orion" e "C-130" estão estacionados desde domingo à noite no aeroporto da ilha cabo-verdiana do Sal para apoiar eventuais operações de retirada de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau.

Fontes oficiais confirmaram hoje à Agência Lusa que os dois aparelhos aterraram no aeroporto internacional Amílcar Cabral, devendo o "C-130", após descarregar material diverso, regressar a Lisboa.

As fontes, que solicitaram anonimato, confirmaram que Portugal solicitou também às autoridades cabo-verdianas a respetiva autorização para a corveta e a fragata portuguesas, que partiram também no domingo, utilizarem as águas territoriais do arquipélago.

Até agora, ninguém do Governo cabo-verdiano se mostrou disponível para comentar, quer a presença militar portuguesa no arquipélago, quer a evolução da situação político-militar na Guiné-Bissau.

Os dois navios e o avião, após o "C-130" regressar a Lisboa, integram a Força de Reação Rápida (FRI) que partiu no domingo de Portugal com o objetivo de, caso necessário, apoiar as operações de retirada de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau, país que foi alvo de um golpe de Estado na quinta-feira.

No domingo, fonte oficial do Ministério da Defesa português disse à Lusa que os militares não têm, para já, qualquer operação definida, sublinhando que a decisão foi tomada na sequência do aumento do nível de prontidão da FRI.

A decisão de aumentar o nível de prontidão da FRI foi conhecida na sexta-feira, um dia depois do golpe militar de um autodenominado Comando Militar.

A FRI tem meios dos três ramos das Forças Armadas que variam consoante o tipo de missão, pode ser deslocada em 72 horas e é comandada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).

Na quinta-feira à noite um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.

Desde quinta-feira que se desconhece o paradeiro de Carlos Gomes Júnior e do Presidente interino, Raimundo Pereira.

A ação foi justificada por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.

No sábado, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) decidiu "tomar a iniciativa" de propor "uma força de interposição para a Guiné-Bissau, com mandato definido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas".


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