quinta-feira, 19 de abril de 2012

PAULO PORTAS PROPÕE FORÇA DE PAZ PARA A GUINÉ-BISSAU




Portugal vai propor na reunião de hoje do Conselho de Segurança das Nações Unidas que seja criada uma força internacional de paz para a Guiné-Bissau.

A TSF sabe que nas últimas 24 horas esta proposta do Governo português já foi apresentada em reunões bilaterais aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à Alemanha.

Esta manhã, Paulo Portas vai procurar também convencer França, outro membro do Conselho de Segurança com poder de veto, numa conversa telefónica agendada com Alain Juppé.

O documento que sustenta a proposta portuguesa já está concluído, e assenta em três pontos essenciais: a garantia da integridade física dos dirigentes políticos guineenses detidos, o restabelecimento da ordem constitucional e a criação de uma força de paz internacional.

O trabalho diplomático de contactos diplomáticos está em marcha, ao mais alto nível.

Dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança, Paulo Portas já falou com os Estados Unidos e o Reino Unido, restando a Rússia e a China.

A diplomacia portuguesa tem presente a posição assumida por estes países no caso da Síria e sabe que o voto contra de um destes cinco países basta para chumbar uma possível resolução.

Paulo Portas estará presente nesta reunião que começa às 15:00 em Nova Iorque, falhando por isso a reunião desta manhã, em Bruxelas, dos ministros de Negócios Estrangeiros da NATO.

Força proposta por Portugal deverá estabilizar Guiné-Bissau, diz general

Apesar de achar que esta força deva ser formada por países da CEDEAO, o general Loureiro dos Santos admite que elementos da Angola também possam ser incluídos.

O general Loureiro dos Santos considera que a força de paz que Portugal propõe para a Guiné-Bissau terá como missão principal estabilizar politicamente esta ex-colónia portuguesa.

Em declarações à TSF, este general entende que a função desta força seria «fazer reverter o processo político para a esteira constitucional e apoiar em termos de força essa solução».

Loureiro dos Santos entende ainda que esta força se «deverá basear nos países da CEDEAO, que aliás estão a trabalhar nessa matéria em consonância com a União Africana e com as Nações Unidas».

«Pessoalmente, admito que Angola, que é elemento da União Africana, possa fazer parte da força e eventualmente algum país da União Africana», concluiu.

* Com áudios no original

1 comentário:

mrvadaz disse...

Guiné-Bissau: O jogo de Cabra-cega

Aly Silva acabou de escrever que o Comando Militar, dirigido pelo CEMFAGB, António Indjai, proibiu "todas as manifestações e avisa que haverá consequências para quem desrespeitar a ordem", sem esquecer que o mesmo comando acusou a Angola de violar os acordos assinados com a Guiné-Bissau(GB) a ponto dos seus militares sentirem-se ameaçados dentro da própria casa.

O mais engraçado nesta história é que os militares invocaram a constituição para violarem a própria constituição, ou seja, é como aquela transcrição que um tal de Djosa fez do 5º Mandamento da Lei de Deus para a linguagem comum: "não matar = ca bu matan, nca ta matau".

Um outro ponto engraçado é que esse tal de Comando Militar disse que quanto à possibilidade da GB sofrer ataque externo, "são rumores de pessoas que se conformaram com a vida de corrupção, impunidade e assassinatos políticos", e "desprovidas de sentido patriótico, não habituadas a honestidade e ao clima da verdadeira democracia se pretende para breve instalar no país". Este ponto é mais engraçado do que eu pensava!

Para refrescar a memória dos leitores, lembro-me deste último post que coloquei n'Os Limárias, com a seguinte sitação do António Indjai: "não há mais dúvida sobre isso, qualquer militar que se recusar a se submeter ao poder político deste país será expulso das Forças Armadas" e, agora, acrescento mais uma citação da mesma notícia: "o militar tem que saber que não está acima do político, deve total obediência ao poder civil, quem não respeitar isso não fará parte das nossas fileiras". A não esquecer que antes da tomada de posse como CEMFAGB das mãos do, na altura presidente da GB, malogrado Malam Bacai Sanhá, o António Indjai, esteve refugiado na sede das Nações Unidas, em Bissau, onde entrou ilegalmente naquele país porque esteve em exilo, salvo erro, no Senegal. Tudo isso aconteceu nas barbas e narizes de todas as organizações internacionais.

Agora, digam-me lá se o que está a acontecer na GB não parece com o jogo de Cabra-cega em que esse desgraçado país está de cara tapada no meio enquanto a Comunidade Internacional, ONU, CPLP, CDEAO e outros assistem a cena com os sorrisos até as orelhas?

http://mrvadaz.blogspot.pt/2012/04/guine-bissau-o-jogo-de-cabra-cega.html

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