MSE - Lusa
Díli, 17 abr (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, voltou hoje a apelar aos militares da Guiné-Bissau para libertarem o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro e candidato às eleições presidenciais Carlos Gomes Júnior.
"Faço de novo um apelo aos nossos irmãos na chefia militar na Guiné-Bissau para de imediato libertarem o Presidente interino e o primeiro-ministro Carlos Júnior e todos os outros elementos que porventura estejam presos", afirmou à agência Lusa o Presidente timorense.
Segundo José Ramos-Horta, não há vantagem nenhuma para o comando militar em manter os dois detidos, porque não são uma ameaça.
"Não há o maior interesse, não há vantagem nenhuma para o comando militar, não há justificação, não há ameaça por parte do Presidente interino e do primeiro-ministro em relação à junta militar", afirmou, salientando que com a sua libertação os militares só têm a ganhar.
Para José Ramos-Horta, com a libertação dos dois os militares ganhariam a "boa vontade da comunidade internacional", salientando que os problemas de fundo discutem-se depois.
O Presidente timorense pediu também aos militares guineenses para além de libertarem as pessoas detidas, reporem a legalidade constitucional, os direitos e liberdades fundamentais consignados na Constituição e nas declarações internacionais e para cooperarem com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Nações Unidas.
"Para que finalmente a Guiné-Bissau possa entrar no caminho da paz, da estabilidade", disse.
Questionado sobre se tinha alguma novidade sobre a sua eventual deslocação à Guiné-Bissau, o Presidente timorense disse que não há desenvolvimento nenhum e que se mantém disponível para a deslocação mas sempre no quadro da CPLP e da ONU.
"Não pode continuar assim. Nós somos amigos da Guiné-Bissau, irmãos solidários e nós dizemos que a Guiné-Bissau não pode continuar assim. Não pode haver a cada seis meses, 12 meses, um golpe ou tentativa de golpe", acrescentou.
Na quinta-feira à noite um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.
Desde esse dia que se desconhece o paradeiro de Carlos Gomes Júnior e do Presidente interino, Raimundo Pereira.
A ação foi justificada por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.
1 comentário:
Caro Presidente,
A Guine Bissau e como um filho mau comportado de Portugal, a sua ajuda na pacificacao e extremamente importante, que deus o ajude e que a Guine siga caminho diferente.
Beijinhos da Querida Lucrecia
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