MYB - Lusa
São Tomé 05 abr (Lusa) - O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, disse hoje que a ausência da petrolífera angolana Sonangol nos blocos de petróleo da zona económica de São Tomé e Príncipe "não representa um fator positivo ou negativo".
"Nós não temos dificuldade em não termos hoje a Sonangol num dos blocos. Para nós não representa nem um fator positivo ou negativo. Quando a Sonangol achar que vale a pena correr o risco corre esse risco", disse Patrice Trovoada.
"Estamos numa zona de mar ultra profunda, cada perfuração vale 100 milhões de dólares norte americanos e é preciso avaliar bem os riscos antes de se começar a aventurar na exploração de petróleo em São Tomé e Príncipe", justificou o chefe do Governo são-tomense.
Trovoada sublinha que a petrolífera angolana é uma empresa "como qualquer outra que avalia os riscos" e que "cabe à Sonangol, fazer as opções".
"O Estado são-tomense tem o princípio de fazer leilão para a aquisição dos blocos e quando um leilão não é positivo e não consegue recolher níveis de ofertas que nos interessam, nós temos a possibilidade de entrar em negociações diretas", acrescentou o primeiro-ministro são-tomense.
Patrice Trovoada destacou entretanto que "não há setores (em São Tomé) vedados à cooperação com Sonangol" que considera "empresa de referência" em Angola e a "segunda maior empresa africana".
"É um investidor de referência e o que nos importa são boas oportunidades", disse Patrice Trovoada. "Devido às relações que temos com Angola, devido a essa relação histórica, secular e permanente, nós pensamos que a Sonangol é um investidor que pode olhar connosco para médio e longo-prazos", acrescentou.
Patrice Trovoada em declaração aos jornalistas referiu-se aos setores político-diplomático, defesa, transportes, ambiente e assistência ao dossiê do petróleo como sendo os que dominam a cooperação entre São Tomé e Luanda.
"O mais visível é o da cooperação no domínio económico que nos últimos dois anos tem ganho contornos interessantes, particularmente entre a Sonangol e o Estado são-tomense", disse Patrice Trovoada.
A cooperação no domínio económico empresarial, segundo o chefe do executivo são-tomense, já permitiu aos dois estados "constituírem parcerias que estão hoje a intervir nos domínios estruturais fundamentais para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe".
O vice ministro da comunicação social de Angola, de visita a são Tomé desde domingo, deverá regressar hoje ao seu país depois de ser recebido pelo Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, e pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada.
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