domingo, 29 de abril de 2012

Timor-Leste: UM EURO, UM TIJOLO E A PRÉ-ESCOLA SANTO INÁCIO CRESCE




Isabel Marisa Serafim, da Agência Lusa

Díli, 29 abr (Lusa) - Um euro é o preço de um tijolo, mas a pré-escola de Santo Inácio em Díli, Timor-Leste, precisa também de telhado, janelas e portas para a sala onde o Clube das Mães se vai reunir para costurar.

O dinheiro reunido com a costura vai servir para garantir que a escola continue a funcionar, mas sem sala para trabalhar é mais difícil e um saco de cimento custa cinco euros.

Para ajudar a pré-escola de Santo Inácio, que é pequena, e fica situada junto à ribeira seca a caminho de Taibesse, a organização não-governamental Leigos para o Desenvolvimento lançou a campanha "Tijolo a Tijolo uma escola que cresce em Timor-Leste".

"O objetivo da campanha é apoiar a construção de uma sala que visa criar um espaço para a coordenadora trabalhar, receber pais e para o Clube das Mães", explicou à agência Lusa Filipa Figueiredo, dos Leigos para o Desenvolvimento.

A pré-escola recebe diariamente 70 crianças, entre os 4 e os 5 anos, divididas em dois grupos, numa única sala, que serve para tudo.

As obras da sala nova já começaram porque foram reunidos alguns donativos que permitiram começar a construir as fundações.

"A campanha está a decorrer em Timor-Leste e em Portugal e as pessoas podem contribuir com um euro, um dólar e até com cinco mil dólares que é o valor do telhado", explicou Filipa Figueiredo.

Na pré-escola Santo Inácio trabalham quatro educadoras e uma coordenadora timorenses.

A campanha vai decorrer até ao final do mês de junho e os interessados podem visitar a escola e consultar o orçamento da obra e o valor dos materiais na página na Internet dos Leigos para o Desenvolvimento, em www.leigos.org.

Um tijolo custa um euro, um saco de cimento cinco euros, uma lata de tinta 15 euros, um telhado 3.765 euros e uma sala nova custa 15.832 euros.

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É sempre isto. Sempre isto. É evidente que os donativos imprescindíveis para a causa acima explicitada devem (sem falta) jorrar em Timor-Leste para que aquelas crianças possam, ao menos, ter, participar e aprender numa escola minimamente decente.

O que é lamentável é que após todo este tempo ainda surjam este tipo de carências que fazem notar o desprezo que o governo de Xanana Gusmão votou às escolas e ao muito mais que são barreiras do quotidiano erguidas para dificultar a sobrevivência dos timorenses que supostamente o “querido líder” devia ter acautelado e disponibilizado com os seus gordos Orçamentos do Estado. Mas não, em vez disso proporcionou o crescimento gigantesco da corrupção, do roubo, do compadrio.

Afinal Xanana fez um golpe de estado em 2006 para quê? Para credenciar os que o apoiaram a ascender a uma elite podre, doente, que depaupera o país com os seus roubos? Sim. É a resposta. Sim, devemos ficar muitíssimo indignados. Revoltados pela traição que Xanana Gusmão representa nesse aspeto, ao tão mal governar o país, ao tão bem permitir que elites rapinantes e execráveis se apossem daquilo que se destina a todos os timorenses.

Uma escola precisa de recuperação… Outra de ser construida... Não é só esta escola acima referida, infelizmente. Muitas mais há que precisam. Não existem condições em imensas escolas de crianças timorenses. Faltam carteiras, cadeiras, mesas, quadros, livros, material… É um infindável rol de carências. Nessas escolas o que mais há é fome. De quantas refeições se alimentam diariamente aquelas crianças? E os filhos de Xanana, e os filhos dos da elite político-partidária, da elite eclesiástica, de todas as outras elites que de mãos dadas sorvem abusiva ou criminosamente o que devia ser pertença bastante das crianças timorenses? E depois brincam às caridadezinhas, às hipocrisias, e pedem, e tomam iniciativas que mobilizam os mais sensíveis às causas que possam minorar as carências de tantos timorenses pequenos e grandes que simplesmente têm sido literalmente roubados ao longo destes poucos anos de independência. É uma enorme vergonha. Vergonha que eles, os “queridos lideres”, não sentem - por estarem desprovidos de tal sentimento. É demais. Já há muito tempo que tudo isto é demais! Por Timor, tenham vergonha!

Ao menos, após estas eleições legislativas, em 07 de Julho, entendam-se e punam os corruptos. Os ladrões. Aprovem medidas que acabem com as mordomias de ex-isto e de ex-aquilo, dos que estão nos poderes e que usufruem do beneficio de gastos do OE que são imorais, enquanto a fome e todo o tipo de carências grassa pelo povo timorense mais fragilizado. E esses são a maioria. Perguntem-se, nestas últimas eleições quantos foram votar a sofrerem de subalimentação, de doenças, de enormes carências? Senhores, tenham vergonha!  (Redação PG – AV)

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1 comentário:

Anónimo disse...

Caro António Verissimo,

Enquanto uns constroem escolas com tijolos a um Euros, outros só sabem construir com tijolos a milhão.
A corrupção está a ficar fora de moda e quando estão a roubar, estão a roubar os mais pobres. Os irmãos Timorenss que lá nas montanhas não têm nada.
Que haja alguém que ofereça o telhado para a escola de Sto. Inácio.

Beijinhos da Querida Lucrécia

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