quarta-feira, 9 de maio de 2012

Alunos de português nos países anglófonos da África Austral aumentaram 12%



PMA - Lusa

Maputo, 09 mai (Lusa) - O número de alunos de português nos países anglófonos da África Austral aumentou 12 por cento nos últimos três anos, abrangendo agora 5.225 estudantes, indiciou hoje em Maputo um responsável instituto Camões de Pretória, África do Sul.

Falando numa conferência na Universidade Pedagógica (UP) em Maputo, sobre o ensino de português nos países anglófonos da África Austral, o chefe do Departamento de Português do instituto Camões de Pretória, Rui de Azevedo afirmou 3.500 alunos estão matriculados na África do Sul, 1.339 na Suazilândia, 643 na Namíbia e 227 no Zimbabué.

Em declarações à Lusa, à margem da conferência, Azevedo disse que o grupo de aprendizes de português nos países da África Austral é constituído por "luso-descendentes e filhos de luso-falantes de Angola e Moçambique e também por pessoas e filhos de pessoas sem qualquer ligação histórica" com a língua portuguesa.

"Os luso-descendentes e luso-falantes escolhem a língua portuguesa como língua estrangeira de opção curricular para os seus filhos, para que estes mantenham o laço com a língua, enquanto os que não têm nenhuma ligação histórica fazem-no pelas oportunidades económicas que o conhecimento da língua portuguesa abre em Angola e Moçambique", explicou Rui de Azevedo.

Nesse sentido, considerou o chefe do Departamento de Português do Instituto Camões, o ensino de português na África Austral tem futuro porque Moçambique vai impor-se como destino importante de investimentos e negócios pelo desenvolvimento que está a conhecer na indústria dos recursos minerais e pela importância estratégia de Angola na economia e comércio regional.

"A língua portuguesa deve ser vista como um dos veículos de integração económica da África Austral, porque há dois atores de peso na economia regional que falam português, que são Angola e Moçambique", enfatizou.

Para manter a viabilidade do ensino de português na África Austral face à crise que Portugal atravessa, o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua aposta na formação de professores locais e no pagamento de matrículas por parte de alunos que estudam a língua fora dos programas curriculares, nomeadamente os que aprendem a língua para negócios.

"O atual modelo de ensino de português não é viável, porque a crise está aí, teremos de experimentar o pagamento das aulas em regime não integrado no currículo escolar e apostar na formação de professores locais", assinalou Rui de Azevedo.

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