SMA - Lusa
Singapura, 28 mai (Lusa) - O Presidente da República, Cavaco Silva, termina hoje em Singapura uma viagem de dez dias, que já o levou a Timor-Leste, Indonésia e Austrália, naquela que foi a maior deslocação ao exterior desde que tomou posse, em 2006.
Em Singapura, Cavaco Silva visita hoje os Jardins Botânicos, onde participa no batismo de uma orquídea, encontrando-se em seguida com o seu homólogo, Tony Tan Keng Yam, e com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong.
O Presidente encerra depois o Fórum Económico Portugal-Singapura, um dos pontos mais importantes desta visita oficial a Singapura, e em que estará presente o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
Cavaco Silva visita ainda o Porto de Singapura, encerrando a agenda com um jantar oficial oferecido pelo Presidente de Singapura, que antecede a partida, ainda hoje, para Lisboa, onde o chefe de Estado chegará na terça-feira.
Se o propósito da visita oficial a Singapura é sobretudo económico, e passa por aumentar as relações comerciais entre os dois países, o momento mais simbólico da viagem do Presidente da República aconteceu logo no início, na sua passagem por Timor-Leste, onde chegou no dia 19.
Em Timor, Cavaco teve oportunidade de assistir à tomada de posse do novo Presidente da República, Taur Matan Ruak, e às cerimónias do X Aniversário da Restauração da Independência.
Apontando sempre Timor como um "caso de sucesso" na consolidação democrática, o Presidente não deixou de sublinhar o "trabalho ciclópico" que existe ainda para fazer no território e de apelar à repartição justa dos recursos, nomeadamente os provenientes do Fundo de Petróleo de Timor.
A ligação entre os dois países pela ponte da língua portuguesa - um dos idiomas oficiais do país - foi outra mensagem sempre sublinhada pelo Presidente da República durante a sua estada de três dias em Díli.
Na Indonésia, a visita de Estado teve dois significados: o primeiro simbólico, por ser a primeira de um chefe de Estado português ao país (ficando a promessa do Presidente da República da Indonésia ir a Portugal no próximo ano); e o segundo económico, com Portugal apostado em aumentar as suas exportações para este mercado de 240 milhões de habitantes.
O ponto alto da agenda foi o fórum empresarial entre os dois países, com Cavaco Silva a sublinhar que descurar o gigantesco mercado indonésio seria "um erro político e económico".
De Jacarta, Cavaco seguiu para a Austrália, a etapa da viagem menos carregada em termos de agenda, e onde o calor e humidade sufocantes dos primeiros dias em Timor e na Indonésia deram lugar ao frio.
Passando por Camberra e Sidney, foi o encontro com empresários e com a comunidade portuguesa (estimada em cerca de 50.000 pessoas) que permitiu a Cavaco Silva passar a mensagem essencial da visita oficial a Austrália: que a União Europeia tem mecanismos para fazer face à crise financeira que enfrenta e que a zona euro não vai acabar, apontando a Grécia como "o único problema" da União Europeia neste momento.
Passar uma imagem positiva de Portugal e explicar a situação da economia nacional foi, aliás, uma preocupação do Presidente da República nos vários discursos que foi fazendo ao longo da viagem, destacando sempre não só a avaliação positiva que as instâncias internacionais estão a fazer do cumprimento do programa assinado com a ‘troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) como a coesão social e política interna à volta deste objetivo.
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