SMA – Lusa
Singapura, 28 mai (Lusa) - O Presidente da República, Cavaco Silva, disse hoje, em Singapura, estar convencido que o caso que envolve o ministro Miguel Relvas e o jornal Público "acabará por ser esclarecido com a devida transparência", escusando-a a fazer mais comentários.
"A mais de 15 mil quilómetros de distância, as polémicas que lá correm [em Portugal] chegaram aqui de forma imprecisa. Eu estou convencido de que tudo acabará por ser esclarecido e com a devida transparência, mas não devo acrescentar mais nada", afirmou Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita de Estado que está a realizar a Singapura.
Questionado sobre se considera que tem faltado transparência ao processo, o Presidente português reiterou que não deve acrescentar "mais nada sobre este assunto".
O caso começou dia 18 deste mês, quando o conselho de redação do Público afirmou que o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares tinha ameaçado queixar-se ao regulador do setor, promover um "blackout" de todos os ministros ao jornal diário e divulgar na Internet dados da vida privada de uma jornalista, se fosse publicada uma notícia sobre o caso das secretas.
A notícia pretendia evidenciar "as incongruências" das declarações do ministro no Parlamento, sobre o caso das secretas, mas acabou por não ser publicada.
Mais tarde, o Público noticiou que Miguel Relvas pedira, nesse dia, desculpa ao jornal, depois de a direção ter feito um protesto por "uma pressão" do governante sobre a jornalista que acompanha o caso das secretas. O pedido de desculpas foi feito no mesmo dia em que o gabinete do ministro refutou a denúncia do conselho de redação do Público.
Após as respetivas audições na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a 24 de maio, o ministro reiterou não ter exercido qualquer pressão sobre a jornalista do Público, enquanto a diretora do diário, Bárbara Reis, voltou a afirmar a existência de uma "pressão inaceitável".
O assunto está agora a ser investigado pela ERC, sendo que a decisão de levar o caso novamente ao Parlamento só será tomada depois da decisão da entidade reguladora.
Nota Página Global: Claro que Cavaco diz isto, diz assim, como convém. Decerto que se for com a mesma transparência do Caso BPN, do pagamento da SISA de uma casa de Cavaco comprada no condominio Aldeia da Coelha e o que mais sobra e vier à memória dos portugueses... a transparência será muitissimo opaca, apesar de ele lhe chamar transparência.
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