quinta-feira, 3 de maio de 2012

EDUARDO DOS SANTOS-MPLA: DONOS DE ANGOLA, DONOS DA "VERDADE INFORMATIVA"



"Inaceitável monopólio estatal"
questionado em Angola no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa

EL/NME

Luanda, 03 mai (Lusa) - O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) classificou como "inaceitável" o monopólio estatal na comunicação social do país, numa mensagem por ocasião da celebração do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o SJA considerou ainda que "a realidade mediática angolana tem estado a evoluir de forma contraditória e nem sempre consentânea com o seu papel de alavanca das transformações sociais".

"Dez anos depois de as armas se terem calado, o país continua a viver um momento de grandes transformações em toda a sua paisagem sociopolítica. Hoje, mais do que nunca, os superiores interesses nacionais exigem o desenvolvimento e o estabelecimento de uma comunicação social mais livre, mais independente e mais pluralista, que permita a todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene, terem acesso a uma informação credível e diversificada", lê-se no comunicado.

Para o SJA, somente com maior oferta, designadamente o "crescente papel da informação produzida na Internet e pelas redes sociais", a comunicação social em Angola "estará em condições de ajudar a sociedade angolana a prosseguir com maior velocidade, coerência, transparência e justiça o caminho das transformações positivas que se vêm operando no país".

O facto de Angola, cerca de 37 anos depois da independência, apenas contar com um jornal diário, que é propriedade do Governo, traduz, para o SJA, a "dececionante realidade" no país relativamente à "efetiva liberdade da comunicação social".

Além do "monopólio estatal", o SJA afirmou constatar que nos últimos meses e na sequência das manifestações que se têm verificado, "a segurança dos jornalistas no exercício da sua atividade profissional tem vindo a deteriorar-se".

Sublinhou o registo de "agressões físicas perpetradas por pessoas encapuzadas e cuja identidade a polícia, autoridade competente pela ordem pública, nunca chegou a revelar".

Também em comunicado enviado à Lusa, a propósito do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, o Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS) de Angola pediu aos jornalistas angolanos garantias de que, durante a próxima campanha eleitoral, as opiniões, projetos e propostas de todos os partidos políticos, "sem exceção", sejam divulgadas aos cidadãos.

Angola vai a votos em setembro, para eleições gerais, que incluem a eleição direta de 220 lugares parlamentares e o escrutínio indireto do Presidente e vice-Presidente da República.

No seu documento, o CNCS, reiterando os apelos para uma maior abertura da comunicação social ao debate contraditório e à pluralidade das informações, aproveita para chamar a atenção dos gestores dos media para o "muito que ainda há por fazer" para uma completa reconciliação dos angolanos.

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