quinta-feira, 3 de maio de 2012

Empresas portuguesas de média dimensão são mais-valia em Moçambique -- sec. de Estado



LAS - Lusa

Maputo, 03 mai (Lusa) - O secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, defendeu hoje em Maputo que a média dimensão das empresas portuguesas do setor "são uma mais-valia em Moçambique", pelas parcerias que constituem com empresas locais.

"Como as nossas empresas de energia são de média dimensão, a sua grande vantagem é que isso lhes permite fazerem parcerias com empresas moçambicanas numa lógica de PME", disse à Lusa Artur Trindade, que se encontra em visita oficial a Moçambique desde quarta-feira.

O setor da energia em Moçambique é, atualmente, uma grande aposta de empresas portuguesas, desde grupos tradicionais que há muito se encontram instalados no país como GALP, Efacec e Visabeira, mas também de novas empresas que aproveitam a "boleia" da experiência portuguesa em energias renováveis e em eficiência energética.

"Estamos acima da média mundial, temos técnicos, especialistas e fábricas e precisamos de nos associar a alguém que esteja em fase de crescimento", disse o secretário de Estado.

Um dos países que mais cresce em África, Moçambique tem uma taxa de acesso à eletricidade de apenas 38 por cento da sua população e a concentração de megaprojetos mineiros e de extração de gás e petróleo vai exigir uma muito maior produção de energia.

O crescente interesse de Portugal pelo setor surge numa altura em que o país abandonou a estrutura acionista da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), com a venda, em abril, dos restantes 15 por cento ao Estado moçambicano e à REN.

Esta empresa irá também ceder a sua quota na HCB, trocando-a por uma participação na estrutura da futura Sociedade Nacional de Transporte de Energia Eléctrica em Moçambique, um processo que ficará fechado dentro de um ano e que deverá incluir outros acionistas estrangeiros como os brasileiros da Electrobras e os sul-africanos da Eskom.

Um dos grandes projetos da futura sociedade o transporte de energia do centro para o sul do país, orçado em cerca de 2.5 mil milhões de dólares e integrando duas redes de alta tensão entre Tete e Maputo/Matola, poderá agregar outras empresas portguesas.

"As autoridades moçambicanas dizem que são muito bem-vindas as empresas portuguesas", garantiu o secretário de Estado, afirmado que a EDP tem um entendimento com a sua homóloga moçambicana, EDM, para participar "em projetos que estão de alguma forma relacionados" com esse transporte de energia.

Artur Trindade insistiu na lógica das parcerias, afirmando que são "a pedra de toque" da presença das empresas portuguesas em Moçambique.

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