EL - Lusa
Luanda, 09 mai (Lusa) - Especialistas internacionais do setor dos hidrocarbonetos classificaram hoje em Luanda as recentes descobertas do pré-sal angolano como sendo de "importância capital".
A referência, elogiosa, consta do comunicado final da conferência internacional sobre petróleo e gás, promovida pelo executivo angolano em parceria com a Associação dos Países Africanos Produtores de Petróleo (APPA), e que encerrou hoje na capital angolana.
A confirmação do valor comercial das descobertas, conduziu à assinatura, em dezembro passado, ao fim de quase um ano de negociações, de 11 contratos de partilha de produção no pré-sal, no mar da bacia do rio Kwanza.
O facto da camada de pré-sal se situar a grande profundidade, apresentando dificuldades técnicas para a sua exploração, obriga a que as reservas encontradas sejam maiores do que o habitual, para que a produção seja rentável.
Relativamente aos 11 contratos de exploração assinados, a norte-americana BP ficou com os blocos 19 e 24, a norte-americana Cobalt com o 20, a espanhola Repsol com o 22 e a francesa Total com os blocos 25 e 40.
O bloco 35 ficou para a italiana ENI, os 36 e 37 para a norte-americana ConocoPhilips e 38 e 39 para a norueguesa Statoil.
Por outro lado, a petrolífera brasileira Petrobras deverá iniciar ainda este ano furos de prospeção no bloco 26 do pré-sal angolano, localizado na bacia de Benguela.
Especialistas internacionais ligados ao setor dos hidrocarbonetos consideram que o pré-sal nas bacias do Kwanza e de Benguela têm potencial para aumentar entre 20 e 50 anos a vida da indústria petrolífera angolana.
Angola é atualmente o segundo maior produtor de petróleo em África, atrás da Nigéria, e a sua produção representa entre 2 e 4 por cento da produção mundial de petróleo, segundo dados de 2011.
A meta de produção para este ano é de 1,8 milhões de barris diários de petróleo, enquanto a previsão para 2014 é de 2 milhões de barris, ultrapassando então a Nigéria.
O comunicado final da conferência destacou ainda a importância do gás natural angolano, designadamente o projeto Angola LNG, que deverá proceder a partir de junho à primeira exportação, para o mercado asiático, face aos preços substancialmente mais elevados - entre quatro a cinco vezes mais - do que os mercados americano ou europeu.
Na abertura dos trabalhos, o ministro dos Petróleos angolano, Botelho de Vasconcelos, destacou o facto de Angola ser atualmente uma referência internacional no setor dos hidrocarbonetos.
"A implementação de mudanças no setor, aliadas à estratégia de exploração de hidrocarbonetos concebida pelo executivo angolano, as descobertas daí resultantes e a utilização de um conjunto de altas tecnologias, fizeram de Angola uma província petrolífera de classe mundial", disse então Botelho de Vasconcelos.
As exportações de hidrocarbonetos representam 95 por cento das exportações e mais de 75 por cento das receitas do Estado.
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