MB - Lusa
Bissau, 25 mai (Lusa) - O porta-voz do PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau até ao golpe de Estado militar de 12 de abril, denunciou hoje o "regime tropacrático" que controla todas as instituições do Estado guineense.
"O PAIGC não reconhece este regime 'tropacrático', da tropa, que manda no Presidente, no governo e em todas as instituições da República", disse Fernando Mendonça.
"Hoje estamos no dia 25 de maio, dia da liberdade para África, mas infelizmente estamos num dia de opressão na Guiné-Bissau. Vivemos momentos difíceis mas que não nos fazem baixar os braços", declarou o porta-voz do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Para Fernando Mendonça, os autores do golpe de Estado "tarde ou cedo vão acabar por sair", porque, afirmou, "vão acabar por ceder à pressão do povo".
"Ninguém é mais resistente do que o povo. Esta gente acabará por dar razão ao povo", sublinhou Mendonça, antigo ministro da Comunicação Social.
Iancuba Indjai, líder da Frenagolpe (coligação de partidos e associações que contestam o golpe de Estado) admitiu que o golpe militar se consumou mas avisou que começa agora a desobediência civil do povo guineense aos dirigentes "impostos pela CEDEAO" (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
"Não temos nada a ver com estes dirigentes impostos pela CEDEAO, por isso não lhes vamos obedecer", frisou Iancuba Indjai, que acredita que o povo guineense "vai vencer esta batalha".
Iancuba Indjai disse ser um alívio o facto de os militares terem anunciado que vão regressar às casernas deixando a gestão do país para os políticos.
Sem comentários:
Enviar um comentário