domingo, 13 de maio de 2012

OCUPEM OS BANCOS BRASILEIROS



Eliakim Araújo* - Direto da Redação

Na semana que passou, os membros do movimento dos 99%, aquele mesmo que andou ocupando Wall Street e outras cidades estadunidenses, promoveu uma big manifestação na porta da sede corporativa do Bank of America, em Charlotte, Carolina do Norte.

O BofA é o maior banco de varejo dos EUA e um dos principais responsáveis pela desgraça que se abateu sobre o mercado de hipotecas lá pelo final de 2007.

Até hoje, o banco abusa em seus procedimentos de retomada dos imóveis de devedores insolventes. Foi pego usando laranjas para assinar documentos exigidos pela Corte e, para se salvar de punição mais grave, teve que fazer um acordo com o governo e reembolsou milhares de proprietários lesados .

Contra essas práticas irregulares e contra a distribuição de bonus milionários aos executivos do banco é que os manifestantes organizaram o protesto. Uma das organizadoras, Amanda Starbuck, disse com todas as letras: “o BofA é o pior entre os piores”.

Depois de ler a notícia, fiquei me indagando: por que o povo brasileiro, tão capaz de se reunir aos milhões para celebrar a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo, não se organiza e ocupa as portas dos bancos para exigir um atendimento mais humano e digno e a redução da cruel taxa de juros cobrada nos cartões de crédito, nos empréstimos de um modo geral e nos tais consignados que estão infernizando a vida de milhões de idosos que caem nessa arapuca?

Casamento gay: bom negócio para a economia

Acima das questões políticas e religiosas, o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode garantir um significativo impulso para a combalida economia do Tio Sam, segundo pesquisa do Instituto Williams de Orientação Sexual e Políticas Públicas, da Universidade de Los Angeles. Veja estes números.

O estudo apurou que existem 646.464 casais do mesmo sexo nos EUA, mas apenas uns 50 mil se casaram de papel passado e cerimônia religiosa. Os casais gastam em média $27,021 dólares, de acordo com pesquisas em sites especializados em casamentos.

Se esses 600.000 casais resolverem sacramentar a união numa cerimônia religiosa, com direito a uma baita festa, vai haver uma explosão da atividade econômica, especialmente no comércio e no setor de serviços.

Já imaginou a festa que vai ser para hotéis, bufês, fotógrafos, cinegrafistas, decoradores de igreja, comércio de roupas, flores, lojas presentes e quejandos? O site TheKnot.com acredita que a indústria do casamento entre casais do mesmo sexo pode gerar uma movimentação de uns 17 bilhões de dólares.

Mas, por enquanto, o casamento gay só é legal em sete Estados: Massachusetts, Connecticut, Iowa, Vermont, New Hampshire, Nova York e no Distrito de Columbia.

Casamento gay vira plebiscito

A propósito, se alguém chegasse hoje aos EUA e prestasse atenção no noticiário iria imaginar que a eleição de novembro não será nada mais que um plebiscito sobre o casamento homossexual, tal o destaque que o assunto ganhou na mídia política.

Desde que Obama anunciou seu apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, o tema virou objeto de acalorados debates na TV, enquanto pipocam pesquisas de opinião pública sobre o assunto.

Dessas pesquisas, pode-se concluir que a mentalidade dos estadunidenses vem mudando gradativamente em relação ao casamento homossexual. O próprio Obama mudou. Na campanha de 2008, era favorável apenas à união civil.

No ano passado, pela primeira vez, as pesquisas indicaram que a maioria dos estadunidenses está a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O que é surpreendente se compararmos com os números de duas décadas atrás.

Em 1996, o Gallup indicava que somente 27 por cento dos estadunidenses apoiavam o casamento homossexual, enquanto 68 por cento a ele se opunham radicalmente.

No ano passado, 53 por cento dos americanos apoiavam o casamento homossexual, enquanto 45 por cento eram contra. Este ano, o Gallup concluiu que o país está praticamente dividido em relação ao assunto, com 50 por cento a favor e 48 por cento contra.

Com Obama favorável e o republicano Mitt Romney contra, o assunto virou um prato cheio para a mídia estadunidense, e se a eleição fosse hoje certamente ela seria encarada como um plebiscito. Um duelo entre liberais e conservadores.

* Ancorou o primeiro canal de notícias em língua portuguesa, a CBS Brasil. Foi âncora dos jornais da Globo, Manchete e do SBT e na Rádio JB foi Coordenador e titular de "O Jornal do Brasil Informa". Mora em Pembroke Pines, perto de Miami. Em parceria com Leila Cordeiro, possui uma produtora de vídeos jornalísticos e institucionais.

1 comentário:

Anónimo disse...

Casal bate boca no Jornal
ANO – 1993
EMISSORA – SBT

MANCADA – Mais um dia, mais uma edição do Jornal do SBT. Nada de novo, até que a âncora Leila Cordeiro dá uma bronca no parceiro de estúdio e marido, Eliakim Araújo: “Peraí, pára, pára tudo! Pô, assim não dá, Eliakim, você só fica reclamando! Pára um pouco!” O programa era gravado, mas alguém botou no ar a fita errada e a mancada foi exibida

REPERCUSSÃO – O jornal saiu do ar e, longos segundos depois, voltou a ser transmitido desde o início, com a fita certa, claro. O casal segue junto até hoje.

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