segunda-feira, 7 de maio de 2012

Portugal: Cavaco confiante em Hollande mas preocupado com resultados na Grécia




i online – Lusa, com foto de Manuel de Almeida

O Presidente da República considerou hoje que a eleição de François Hollande para a chefia do Estado francês pode contribuir para um "maior equilíbrio" entre consolidação orçamental, crescimento económico e criação de emprego.

"A eleição do senhor Hollande pode contribuir para que a agenda europeia de combate à crise da zona do Euro ganhe um maior equilíbrio, juntando à consolidação orçamental de forma mais clara uma vertente de crescimento económico e de criação de emprego, como há muito tempo tenho vindo a defender", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em Lisboa.

Recordando a conferência que proferiu em outubro no Instituto Universitário Europeu em Florença, onde criticou a existência de um diretório não mandatado de apenas dois países na União Europeia, referindo-se à Alemanha e à França, Cavaco Silva insistiu que essa não é uma solução de coesão e unidade.

"Nesse discurso parece que antecipei muita coisa que depois veio a acontecer. É sabido que um diretório de apenas dois países num conjunto de uma comunidade de 27 não é solução de coesão e de unidade para o avanço de um projeto que interessa a todos", disse, ressalvando, contudo, a necessidade de se aguardar pelas reações às ideias do novo Presidente da República francesa.

Questionado se considera importante que François Hollande cumpra o pacto orçamental europeu, o Presidente da República não respondeu diretamente, mas lembrou a hipótese que tem sido falada de um protocolo adicional.

"Há um pacto orçamental que já foi votado pelo conjunto dos países que subscreveram, 25, e que já foi mesmo ratificado em vários Parlamentos. Com certeza que irá ocorrer não daqui a muito tempo um conselho europeu em que essa matéria irá ser discutida, mas aquilo que se tem falado mais ultimamente tem sido num protocolo, eventualmente num protocolo adicional, que ponha um maior acento tónico na vertente do crescimento económico e da criação de emprego", afirmou.

Quanto às relações entre Portugal e França, o Presidente da República recordou que são países parceiros na NATO e na União Europeia, que a França é um dos países mais importantes para o escoamento da produção portuguesa e um dos locais onde existe uma "importantíssima" comunidade portuguesa.

"Estou certo que os dois países irão continuar a trabalhar em conjunto para aprofundar a cooperação dos mais variados domínios", acrescentou.

François Hollande foi eleito no domingo Presidente com 51,67 por cento dos votos, derrotando o chefe de Estado cessante, Nicolas Sarkozy, que obteve 48,33 por cento dos votos.

O Presidente da República reconheceu ainda "uma preocupação grande" sobre o crescimento da extrema-direita e dos eurocéticos na Grécia e considerou que nada mais resta do que esperar para ver que Governo sairá das eleições de domingo.

"Nós devemos neste momento esperar, não há outra coisa a fazer, porque os resultados eleitorais foram de tal forma dispersos que ainda não se vê muito bem o tipo de Governo que vai emergir", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em Lisboa.

Admitindo que a Grécia é um caso muito mais complexo do que a situação francesa, onde no domingo também se realizaram eleições, Cavaco Silva insistiu na necessidade de aguardar pela formação do Governo, de conhecer o seu programa e de esperar pelas reações da comunidade internacional a esse mesmo executivo e ao seu programa.

"Não há outra coisa a fazer a não ser esperar", frisou.

Interrogado sobre o crescimento da extrema-direita, o Presidente da República disse ser "uma preocupação grande, não apenas na Grécia como noutros países", tal como o crescimento dos movimentos eurocéticos.

"Isso deve levar os líderes europeus todos a pensarem sobre aquilo que é necessário fazer para que os europeus acreditem na mais-valia da construção europeia", disse, reconhecendo que o crescimento destes grupos na Europa "dá que pensar".

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