sexta-feira, 11 de maio de 2012

Portugal: EIS OS GUARDIÕES DA DEMOCRACIA QUE TEMOS



jorge fliscorno - Aventar

Queixa no Ministério Público por inscrições fraudulentas no PS

A cerca de um mês das eleições internas para as distritais no Partido Socialista — 15 e 16 de Junho —, dispararam as denúncias de caciquismo em variadas federações. Desde o ano passado que o PS é palco de inscrições em massa que depois de analisadas revelam, nas palavras de alguns, um “verdadeiro assalto ao poder”. Os casos verificam-se nas distritais onde existem mais do que uma candidatura à liderança, como em Setúbal, Porto ou Coimbra. (Público de hoje, edição impressa)

Quem vai a votos, seja em que partido for, é escolhido pelos partidos em processos tão claros e democráticos como este. Grandes guardiões estes que nem conseguem praticar o regime que defendem.

Actualmente, um primeiro-ministro é escolhido por uns escassos milhares de eleitores, os militantes do partido. O povo, tão caro aos partidos, não passa do botador da cruz na lista pré-cozinhada.

Esta pseudo-democracia tem que terminar.

Urge exigir que os partidos se desprendam do poder e que aprovem legislação que permita a qualquer cidadão candidatar-se a cargos políticos. Contra esta ideia ouve-se a tese de que um cidadão poderia fazer as maiores maldades ao país sem se preocupar em não ser eleito a seguir, ao passo que os partidos podem ser penalizados na eleição seguinte. No entanto, basta olhar para os anteriores governos para se ver que essas maldades foram praticadas pelos próprios partidos, tanto para favorecimentos pessoais como para tentar a reeleição. Mas, mesmo assim, são penalizados nas urnas? Grande consolo chorar sobre o leite derramado. E a eleição pessoal, por oposição à votação partidária, pode ser objecto de legislação apertada que proteja os interesses dos cidadãos. Não há-de ser por isso que faltarão pessoas para exercer a política de forma altruísta.

Ironicamente, uma mudança destas precisa de partir dos partidos, as únicas organizações com alvará para o exercício da política. Cabe-nos a nós, os outros cidadãos, pressionar para que a mudança ocorra. Mas como? Petições, manifestos, posições públicas são formigas que o elefante esmaga sem as ver. Certa vez ouvi alguém defender que apenas a inscrição massiva nos actuais partidos, não importa quais, poderia levar ao processo de implosão que de facto os mudasse. Talvez funcionasse, não fosse dar-se o caso de, no geral, as pessoas acharem que política é coisa para os outros. Até porque se assim não fosse, se as pessoas participassem de forma activa na política – e participar na vida política não se resume à actividade partidária, então os partidos não seriam o que são hoje. Uma autêntica pescadinha de rabo na boca. Leitores, como vêem esta questão? E que soluções vos ocorrem?

Opinião Página Global

Queixa no Ministério Público? Oh, mas que teatro! Mas que peça! Mas que títulos! Sugestivos: “Os Filhos da Mãe Atacam”, “Os Filhos da Mãe Voltam a Atacar”, Os filhos da Mãe Aparentam Ter Cores Diferentes mas São Todos a Mesma Merda”, "Os Filhos da Mãe São as Maçãs Podres de Um Cabaz Chamado Portugal”. (Redação PG – AV)

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