António Veríssimo
O jornal Expresso refere a efeméride:
“Faz hoje 50 anos que a polícia prendeu 1500 estudantes
Na madrugada de 11 de maio de 1962, a polícia de choque cercou e prendeu cerca de 1500 estudantes, alguns dos quais em greve de fome, reunidos na cantina da Cidade Universitária. Faz hoje 50 anos. Recorde aqui a reportagem multimédia que o Expresso publicou em março último, por altura do Dia do Estudante.” (ver e ouvir em Expresso)
Pois foi. E lá se caminhou para as prisões do fascista Salazar. Interrogatórios, porrada de três em pipa, maus tratos de toda a maneira e feitio, só porque os estudantes nesse tempo eram uma ponta da lança que combatia o regime fascista de Salazar, dos Melos, dos Quinas, dessa cambada toda de chulos de meia dúzia de famílias que por via da ganância até se cruzavam em casamentos entre a meia-dúzia de famílias donas de Portugal e do Ultramar. Sangue estragado que produziu muitos anormais, desde gagos até atrasados mentais, e deficientes de outras espécies. Tal era já o grau anormal de consanguinidade. Era a gula, a avareza, a ganância.
Pergunte-se se essa meia-dúzia de famílias foi extinta e empobreceu com a revolução em Abril de 1974 e tempos seguintes. Claro que não. Adaptaram-se e na atualidade estão muito mais ricos. Surgiram mais umas quantas famílias a completar o ramalhete, mais uns quantos exploradores, mais umas quantas chulas e rameiras que mais não fazem que chás-canasta. Que agora até já têm divertimento das caridadezinhas criadas pelo ministro Mota Soares da pseudo Segurança Social.
Evidentemente que esta aspereza de prosa toma em consideração que existem excepções. Há quase sempre. Salvem-se os poucos que não são chulos e as poucas que não são rameiras. Salvem-se os honestos que talvez existam naquelas famílias de abutres. Talvez existam…
PSP DO PSD E “SECRETAS”… AI QUE SAUDADES DE PRENDER 1.500 SÓ DE UMA VEZ
Olhando para a costumeira prática da PSP, sempre que o PSD está no governo, aquela instituição demonstra que se mantém saudosista dos métodos salazaristas acima mencionados. Não tem ido tão longe quanto há 50 anos. Contudo, se permitirmos, se no Parlamento não se levantarem as vozes que têm por obrigação denunciar, combater e exigir uma efetiva polícia de segurança pública e não uma polícia que visa violar os direitos constitucionais, a liberdade e a democracia que nos assiste por direitos conquistados numa luta incessante contra a repressão daquela instituição e outras que foram suporte do salazarismo, então caminharemos para que de uma só penada, num só dia, prendam 1.500 ou mais.
O que demonstram é que vontade não lhes falta. Vamos vendo a sua progressiva propensão para a repressão, para a intolerância a manifestações, para as ameaças que sistematicamente vêm fazendo na voz de uma hierarquia ancilosada e cada vez mais da bota cardada, do chanfalho e da viseira, tão ao modo do regime salazarista. Com o PSD no poder temos tido por sistema uma “democracia” musculada – caso de Cavaco quando foi PM – que até tem por palmarés disparos com arma de fogo que causaram uma vítima que ainda hoje anda em cadeira de rodas, paraplégico. A bala que o vitimou foi chamada de “bala sem rosto” quando afinal tem um rosto bem conhecido: Cavaco Silva, que era, na época, primeiro-ministro e o seu amigo Dias Loureiro (do BPN)… Que era então ministro da administração interna de Cavaco. É esta PSP que querem ressuscitar? Pelo já demonstrado, sim!
Os antigos costumavam dizer, e bem: Abram os olhos, mulas! É este o país que querem?
Sem mais, a atual situação já cheira excessivamente mal. Corta-se na saúde, na educação, aqui e acolá… Reforçam-se as despesas nas forças de repressão. É tal e qual o método de Salazar. Abrenúncio! Vade retro!
Vídeo: Recordando o Buzinão na Ponte 25 de Abril (4:32)
*Original publicado em Página Lusófona, blogue do autor
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