Marina Terra, Redação – Opera Mundi
Em desvantagem nas pesquisas, o presidente convocou uma manifestação na mesma hora em que os sindicatos
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, falou nesta terça-feira (01/05) a milhares de simpatizantes em Paris, em evento de campanha paralelo às manifestações pelo Dia do Trabalhador, organizadas pelos sindicatos em várias cidades francesas. O atual presidente e candidato à reeleição chamou seu comício de "verdadeira festa do trabalho", acusando os sindicatos e a esquerda de "mentir", por dizerem que é possível sair da crise "sem esforço", e de pretenderem monopolizar uma herança que pertence ao "povo de França".
"Digo à esquerda e aos sindicalistas. Nós somos todos herdeiros daqueles que lutaram pelo nossos direitos, pela nossa dignidade, pela nossa liberdade", afirmou. "Nós somos o povo de França e nós assumimos a história da França" disse o candidato da direita à multidão, estimada pela organização em cerca de 200 mil pessoas.
"Digo à esquerda e aos sindicalistas. Nós somos todos herdeiros daqueles que lutaram pelo nossos direitos, pela nossa dignidade, pela nossa liberdade", afirmou. "Nós somos o povo de França e nós assumimos a história da França" disse o candidato da direita à multidão, estimada pela organização em cerca de 200 mil pessoas.
"Vocês tentam fazer crer que podemos sair da crise sem fazer esforço. Vocês mentem. Vocês mentem ao trabalhador porque, se nós não sairmos dela através do trabalho, será o poder de aquisição que ficará em perigo e que, sem trabalho, a França e os franceses não tem nenhuma hipótese de preparar o futuro, esta é que é a verdade!" afirmou.
Em um 1º de maio fortemente marcado pela campanha do segundo turno das eleições francesas, os sindicatos apelaram às massas sob palavras de ordem "estritamente sociais", afirmaram. Emprego, pelo poder de compra e a luta contra "o racismo e a xenofobia" foram os principais slogans dos protestos. Em Paris, segundo a prefeitura da cidade, a marcha juntou 48 mil pessoas, quatro vezes mais do que há um ano.
Bernard Thibault, líder da CGT, a maior organização sindical francesa, anunciou publicamente que votará em François Hollande, o candidato socialista.
Hollande
Em um 1º de maio fortemente marcado pela campanha do segundo turno das eleições francesas, os sindicatos apelaram às massas sob palavras de ordem "estritamente sociais", afirmaram. Emprego, pelo poder de compra e a luta contra "o racismo e a xenofobia" foram os principais slogans dos protestos. Em Paris, segundo a prefeitura da cidade, a marcha juntou 48 mil pessoas, quatro vezes mais do que há um ano.
Bernard Thibault, líder da CGT, a maior organização sindical francesa, anunciou publicamente que votará em François Hollande, o candidato socialista.
Hollande
Em Nevers, no centro de França, onde se deslocou devido à morte do antigo primeiro-ministro socialista Pierre Bérégovy, Hollande reagiu à manifestação convocada por Sarkozy para o 1º de maio. "Não posso aceitar que haja aqui, na França, uma batalha no 1º de maio contra o sindicalismo," afirmou, acusando ainda o rival de ceder "à velha tentação de lançar uns contra os outros."
O candidato socialista havia declarado antes que considera que os "políticos não têm que interferir" na festa dos trabalhadores e lamentou que "Sarkozy a utilize como instrumento de conflito". O ato sindical foi convocado pelas confederações CGT, DFDT, UNSA, Solidários e FSU. Cerca de 300 manifestações aconteceram em todo o país com lemas em defesa do emprego, do poder aquisitivo e de luta contra "a xenofobia e o racismo".
Jean-Luc Mélenchon, líder da Frente de Esquerda, exortou todos à saírem às ruas. "Já que Sarkozy decidiu dar as costas aos sindicatos, ele nos encontrará em seu caminho", disse.
Extrema-direita
Todas as pesquisas de intenção de voto colocam Sarkozy atrás do candidato socialista, que deverá vencer o segundo turno das eleições presidenciais com 53% a 54% por cento dos votos.
Para ter alguma chance de vencer Hollande, Sarkozy necessita dos votos da extrema direita de Marine Le Pen. Ela disse nesta terça que irá votar em branco e deixou claro que "a consciência e a responsabilidade" de seus apoiadores orientarão sua escolha do próximo domingo (06/04).
"Essa é a primeira liberdade de cidadãos, que eu também exerço e eu não darei por isso nem confiança nem mandato a nenhum destes dois candidatos," afirmou Le Pen durante a manifestação tradicional de homenagem à heroína francesa Jeanne d'Arc.
*Com informações da Agência France Presse e da RTP
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