RBV - Lusa
Lisboa, 22 mai (Lusa) -- As receitas petrolíferas timorenses deverão cair este ano, indica um relatório que o Banco Mundial (BM) hoje divulgou, no qual a instituição alerta para os perigos do aumento da inflação nos projetos de redução da pobreza no país.
"Estima-se que as receitas do petróleo (incluindo os lucros dos investimentos) atinjam um ponto máximo em 2011, com 2,8 mil milhões de dólares [2,1 mil milhões de euros], antes de caírem para os 2,1 mil milhões de dólares em 2012. As estimativas, naturalmente, são altamente sensíveis aos preços globais do petróleo", indica o BM, no relatório "Capturando Novas Fontes de Crescimento".
No mesmo relatório, a instituição prevê ainda um excedente orçamental de 37 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 e que, retirando a componente das receitas do petróleo, o resultado líquido seria um défice de 130 por cento do PIB.
"As receitas domésticas deverão aumentar 25,8 por cento no Orçamento do Estado para 2012 e, no médio prazo, ultrapassar o crescimento do PIB em especial se as planeadas reformas administrativas e na política fiscal tiverem efeitos", de acordo com o estudo.
O BM alerta ainda que as despesas deverão "crescer mais depressa", o que fará Timor aumentar, para se financiar, a dependência do fundo petrolífero, o fundo soberano constituído com as receitas de petróleo, que tinha, em abril, cerca de 10 mil milhões de dólares.
Esta dependência vai "nos atuais cenários, abrandar o crescimento no valor do fundo petrolífero, mas também incentivará o crescimento do setor não-petrolífero e gerar receitas domésticas parcialmente compensadoras", de acordo com o banco.
No relatório, o BM frisa que o crescimento económico médio, de cerca de 12 por cento, de Timor-Leste alicerça-se no setor agrícola, nos serviços relacionados com o comércio, transporte e investimento público, chamando a atenção para os perigos das pressões inflacionistas.
"O aumento da inflação poderá causar atrasos na redução da pobreza e colocar em causa a competitividade e a diversificação económica, no longo prazo", segundo o estudo.
O relatório diz ainda que a contribuição da Missão da ONU em Timor-Leste para o PIB foi de cerca de 1 por cento, com o pagamento de ordenados dos funcionários, locais e internacionais.
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