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Líder socialista Evangelos Venizelos se disse otimista para uma possível coligação, após uma primeira reunião com o partido Esquerda Democrática. Pesquisa diz que radicais de esquerda vencem em caso de uma nova eleição.
Pela primeira vez desde as eleições de domingo passado, há esperanças para a viabilização de um novo governo na Grécia. O chefe do socialista Pasok, Evangelos Venizelos, disse nesta quinta-feira (10/05) que há "bons presságios" para uma possível coligação, após uma primeira reunião de sondagem com o partido Esquerda Democrática.
Venizelos é o terceiro líder partidário a receber o mandato para a formação de governo, após os líderes da primeira e da segunda maiores bancadas parlamentares terem fracassado na tentativa de formar uma aliança governamental.
O líder do Partido de Esquerda, que deverá se unir ao Pasok e ainda aos conservadores do partido Nova Democracia para formar uma maioria parlamentar, se mostrou aberto a uma colaboração, mas insistiu ser contra o programa de austeridade implementado no país. Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, bancada mais forte no parlamento após a eleição de domingo, declarou que seu partido se dispõe a apoiar um governo pró-europeu.
Permanência na zona do euro
Venizelos e Samaras insistem na permanência da Grécia na zona do euro, mesmo com as duras medidas de austeridade ditadas pela União Europeia. Pasok e Nova Democracia necessitam de mais dois mandatos para terem maioria no parlamento.
O chefe da Esquerda Democrática, Fotis Kouvelis, afirmou que a formação de uma coalizão poderá manter o país na zona do euro, embora ele tenha voltado a rejeitar as determinações de austeridade dos credores internacionais. "Proponho a formação de um governo ecumênico que respeite o mandato do povo”, declarou. Na eleição parlamentar de domingo, os eleitores gregos puniram os defensores de programas de austeridade, votando em partidos radicais que pregam a suspensão das medidas econômicas acordadas com a União Europeia e o FMI.
Se o Pasok não conseguir reunir uma maioria parlamentar que lhe permita formar um governo de coligação, o presidente do país, Carolos Papoulias, deverá reunir os líderes dos sete partidos representados no parlamento e apelar à constituição de um executivo de unidade nacional. Caso esta iniciativa também não tenha sucesso, a Grécia deverá ter novas eleições, provavelmente entre 10 e 17 de junho.
Esquerda radical cresce na preferência dos eleitores
Segundo as últimas sondagens, a esquerda radical, contrária à manutenção do programa de austeridade econômica, poderá ser a vencedora se houver novas eleições. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Marc e divulgada nesta quinta-feira, o partido Coalizão da Esquerda Radical obteria 23,8% dos votos, se firmando como bancada mais forte no Parlamento. Na eleição no último domingo, o partido surpreendeu, se tornando a segunda maior força política. A pesquisa, primeira realizada após a eleição de domingo, feita por encomenda do canal de TV Alpha, aponta que o conservador Nova Democracia cairia para segundo lugar, com 17,4%.
Enquanto isso, credores ameaçaram abertamente parar com a ajuda financeira. "O país não pode esperar nenhuma ajuda adicional se não adiantar as reformas", alertou Ewald Nowotny, membro do conselho do Banco Central Europeu. Já o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, disse em Berlim que a comunidade internacional está disposta a fazer tudo o que for necessário para ajudar a Grécia, contanto que os gregos se disponham a continuar trilhando o caminho das reformas e de contenção de gastos.
MD/dpa/rtr - Revisão: Roselaine Wandscheer
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