sexta-feira, 18 de maio de 2012

Xanana Gusmão sem pressa nas negociações com petrolífera Woodside



MSE - Lusa

Díli, 18 mai (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor, Xanana Gusmão, disse hoje à agência Lusa que o processo das negociações com a petrolífera australiana Woodside "continua a andar" e que é preciso que as decisões sejam tomadas sem pressas.

A exploração do campo de gás Greater Sunrise, situado no Mar de Timor, divide a petrolífera australiana Woodside e as autoridades de Timor-Leste.

Enquanto a empresa australiana defende a exploração numa plataforma flutuante, Timor-Leste insiste em ter um gasoduto e uma fábrica de processamento de gás natural na costa sul do país, com o objetivo de criar postos de trabalho e desenvolver aquela região.

"Quando se diz que está num impasse é apenas uma palavra que se aplica quando as coisas andam de devagar. Quero dizer que o processo continua a andar", afirmou em entrevista à agência Lusa Xanana Gusmão.

Segundo o primeiro-ministro timorense, que se prepara para as eleições legislativas de 07 de julho, Timor-Leste precisa do "tempo necessário" para acumular os resultados dos estudos que está a fazer.

"Como não compreendemos muito bem os assuntos, contratamos outras companhias, que estudam connosco. Vamos ver as possibilidades e debilidade económicas, viabilidades técnicas e é isto tudo que leva tempo", explicou à Lusa.

"Eu não diria que estamos num impasse, eu diria que é um processo compreensível tendo em conta que nós temos apenas 10 anos e a Woodside muitos mais", disse.

Para Xanana Gusmão, também não é exigida pressa porque é preciso que as decisões tomadas sejam as mais corretas.

"Não exigimos pressa para não tomarmos decisões de que depois nos viríamos a arrepender. Queremos sentarmo-nos à mesa com os dados e não sentarmo-nos à mesa apenas com a intenção e o desejo de trazermos o 'pipeline' para aqui. Queremos sentar na mesa com os dados concretos, cientificamente elaborados de que isso se pode fazer", explicou.

Em abril, o Fundo Petrolífero de Timor-Leste era de cerca de 10 mil milhões de dólares.

Segundo dados das autoridades timorenses, o principal campo de petróleo de Timor-Leste é o Bayu-Undan, na Área Conjunta de Desenvolvimento Petrolífera, que até 2025 continuará a ser uma fonte de receita.

Timor-Leste tem depois, um campo adicional, o Kitan, com cerca de 34,5 milhões de barris de petróleo e que se deverá esgotar em 2017.

Além deste dois, existe ainda o campo de petróleo e gás, Greater Sunrise, cuja exploração "contribuirá significativamente com futuros retornos".

1 comentário:

Anónimo disse...

Força Xanana!!!

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