terça-feira, 5 de junho de 2012

Primeiro-ministro guineense deposto propõe na ONU conferência internacional



RTP – Lusa, com foto

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau reuniu-se hoje com o Conselho de Segurança da ONU, onde propôs uma conferência internacional para definir uma estratégia com vista à resolução da crise no país, disse à Lusa fonte diplomática.

Carlos Gomes Júnior, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Bissau, Djaló Pires, ambos depostos na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, esteve em Nova Iorque através de uma iniciativa de Portugal e propôs, segundo a mesma fonte, a convocação de uma conferência internacional sobre a crise no país.

A conferência internacional de alto nível, defendeu, deve ser convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas no sentido de encontrar a definição de uma estratégia para a crise, incluindo a conclusão do processo eleitoral, interrompido pelo golpe de Estado após a primeira volta das presidenciais ganha por Carlos Gomes Júnior.

O primeiro-ministro deposto, também líder do PAIGC (no poder até ao golpe), defendeu ainda junto do Conselho de Segurança uma solução para o retorno à ordem constitucional e possibilitar a continuidade de reformas, sobretudo na área da segurança e de combate ao narcotráfico.

Para o chefe de governo deposto pelo golpe militar, a União Africana, as Nações Unidas, a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa têm um papel que considerou crucial a desempenhar.

Segundo a mesma fonte diplomática, Gomes Júnior saudou a decisão do Conselho de Segurança em aplicar sanções dirigidas contra os autores do golpe de Estado que, defendeu também, devem estender-se aos civis que o apoiaram, e a resolução do mesmo organismo de instar a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental a prosseguir os seus esforços em estreita coordenação aquelas organizações, tendo em vista a harmonização da posição da comunidade internacional.

Desde meados de maio, a Guiné-Bissau tem um chefe de estado de transição e um governo de transição, apoiados pela CEDEAO e pelos militares golpistas, enquanto os principais dirigentes depostos se mantêm fora do país, exigindo o regresso à normalidade constitucional.

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