terça-feira, 19 de junho de 2012

Timor-Leste: É preciso "eliminar desequilíbrios para consolidar a paz" - Ramos-Horta



MSE - Lusa

Díli, 19 jun (Lusa) - O antigo Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta disse em entrevista à agência Lusa que o futuro Governo tem de representar todas as regiões do país e eliminar desequilíbrios para consolidar a paz e a unidade nacionais.

"Para consolidar a paz e a estabilidade temos de eliminar completamente, pelas nossas ações e decisões políticas, qualquer perceção de privilegiar um determinado grupo ou outro, uma determinada região ou outra", afirmou José Ramos-Horta.

"A nova constelação política tem de ser cuidadosamente pensada para que contribua para de uma vez para sempre eliminar qualquer perceção, por parte de uma região ou outra, que está sendo preterida pela liderança política", disse o ex-Presidente timorense.

Para Ramos-Horta, o país tem necessidade de uma "constelação que reforce a coesão e unidades nacionais".

Recordando o conflito político e militar de 2006 que criou a divisão Loromono/Lorosae (províncias ocidentais e orientais), o antigo chefe de Estado disse que o próximo primeiro-ministro, se não tiver maioria absoluta, tem de fazer uma abordagem de formação de Governo em que todos se sintam representados e que inclua todas as regiões.

Timor-Leste realiza a 07 de julho eleições legislativas às quais concorrem 21 partidos e coligações, que se encontram em campanha eleitoral até 04 de julho.

Sobre a campanha eleitoral, Ramos-Horta disse que está "calmíssima", mas que o "tom" deverá subir quando se estiver mais próximo do dia eleitoral.

Segundo o ex-Presidente, que já manifestou apoio ao Partido Democrático (PD, de Fernando La Sama Araújo), há também um interesse nacional para que a campanha eleitoral decorra sem incidentes, sublinhando que o povo já foi vítima por várias vezes da imaturidade e irresponsabilidade dos líderes.

"Todos têm essa consciência, todos constatam essa necessidade, por isso, na minha conversa, diálogo, com os mais variados líderes dos vários quadrantes timorenses nos últimos meses (...) já havia predisposição para se trabalhar de mãos dadas", disse.

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