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Díli, 26 jun (Lusa) - O líder do partido União dos Filhos Heroicos da Montanha (KOTA) de Timor-Leste, Manuel Tilman, defendeu que a estabilidade no país passa pelo fim da bipolarização entre os partidos de Xanana Gusmão e de Mari Alkatiri.
"Para haver estabilidade neste país não pode haver bipolarização. Ou Xanana, do CNRT (Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste), contra tudo o resto, ou a Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente), contra tudo o resto", afirmou Manuel Tilman.
O deputado falava em entrevista à agência Lusa no âmbito das eleições legislativas de 07 de julho, em que o seu partido vai participar com a coligação AD (Aliança Democrática), com o Partido Trabalhista de Timor-Leste (PTT), de Ângela Freitas.
"Para existir uma possibilidade de o país prosseguir nesta estabilidade e desenvolvimento sustentado é preciso que Xanana se entenda com a Fretilin" e vice-versa, salientou Manuel Tilman.
Segundo o deputado timorense, para acabar com a bipolarização é preciso um "fiel da balança", que será o Partido Democrático (PD), de Fernando La Sama de Araújo, atual presidente do parlamento timorense.
Nas eleições legislativas de 2007, o partido KOTA, também no âmbito de uma coligação com o PTT, conseguiu eleger dois deputados para o parlamento timorense com 3,20 por cento dos votos.
Na atual campanha eleitoral, que começou no passado dia 05 e termina 04 de julho, Manuel Tilman disse estar a fazer uma campanha pedagógica e manifestou-se disponível para coligações.
Para Manuel Tilman, 80 por cento da população vive com base numa economia de subsistência, a chamada economia informal, enquanto os restantes 20 por cento residem em Díli na economia formal, que inclui funcionários públicos, empresários e estrangeiros.
"A minha campanha é também dizer aos colegas dos outros partidos, principalmente ao partido do primeiro-ministro, que é chocante fazer uma campanha tipo americana gastar três, quatro ou cinco milhões com uma população que mal tem para comer", disse.
Na sua campanha, Manuel Tilman tem defendido que o "dinheiro do petróleo deve servir para o desenvolvimento do capital humano".
"Sobretudo, investir na educação, na saúde, nas indústrias agrícolas e transformadoras e nos serviços", salientou, sublinhando que se assim não for Timor-Leste vai ter "uma má história".
Às terceiras eleições legislativas de Timor-Leste concorrem 21 partidos e coligações.
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