sexta-feira, 27 de julho de 2012

Angola: Crescimento económico é evidente apesar da corrupção -- economista




Luanda, 26 jul (Lusa) - O crescimento económico registado em Angola desde 2002, a uma média anual de 17 por cento, foi possível apesar da corrupção, considerou hoje em Luanda o economista Alves da Rocha.

O economista e docente universitário, que falava à imprensa no final da sua participação na II Conferência sobre Transparência e Boa Governação, promovida pela organização não-governamental Associação Justiça, Paz e Desenvolvimento (AJPD), disse que não se pode associar a riqueza produzida à prática da corrupção.

"Houve crescimento económico apesar de ter havido corrupção Ou seja, apesar de ter sido desviada uma parte importante de verbas públicas para benefício privado e que deixaram de ser introduzidas no circuito económico normal e de que poderiam ter resultado ações sociais mais vigorosas no sentido de combater a pobreza ou melhorar as condições de vida", acentuou.

Lamentando não haver em Angola dados oficiais sobre os dinheiros públicos que fogem dos canais formais e alimentam a corrupção e a economia informal, Alves da Rocha socorreu-se na sua intervenção de números do Banco Mundial, para considerar que entre 5 a 10 por cento do Produto Interno Bruto de Angola, que em 2011 foi de 100 mil milhões de dólares (cerca 80 mil milhões de euros), "se perde na corrupção".

Alves da Rocha apresentou na sua intervenção o tema "Corrupção, Crescimento Económico e Desenvolvimento Sustentável em Angola", e acredita que a questão figurará entre os temas centrais da campanha eleitoral para as eleições gerais de 31 de agosto.

"Até agora só tive acesso ao Programa de Governação do MPLA (partido no poder) e ao seu Manifesto Eleitoral. Da leitura rápida que dei, não me pareceu ver propostas e abordagens incisivas sobre esta matéria", considerou.

"Mas admito que exista, porque o MPLA, como partido de continuidade - o seu programa é nitidamente um programa de continuidade -, não pode deixar de abordar esta matéria, até porque foi o Presidente da República e cabeça de lista que lançou as bases para uma tentativa de combate à corrupção, com uma declaração, já há dois ou três anos, de tolerância zero face à corrupção", admitiu.

Alves da Rocha, que dirige o Centro de Estudos e Investigação Cientifica, da Universidade católica de Angola, anunciou para setembro a divulgação de um estudo feito pela instituição acerca dos valores das comissões em obras públicas, que considera serem um dos fatores da corrupção no país.

A este respeito, contou que por ocasião de um recente comício organizado há cerca de três semanas pelo MPLA no Estádio 11 de Novembro, a sul de Luanda, as empresas de obras públicas, nacionais e estrangeiras, foram "convidadas" a participar no esforço financeiro da organização do evento.

Sem identificar, Alves da Rocha adiantou que estas empresas "não foram capazes de recusar o convite, sob pena de virem a ser posteriormente afastadas de futuros concursos públicos para adjudicação de obras".

"As que aceitaram vão, naturalmente, refletir em futuros preços de fornecimento de bens e serviços, valores majorados com este tipo de despesas", afiançou.

Sobre as eleições de 31 de agosto, reconheceu que o resultado é como "a morte anunciada", porque já se sabe quem vai ganhar, considerando que o MPLA vai voltar a formar governo.

EL.

Angola - Maior representação de sempre e o sonho de uma medalha no judo

27 de Julho de 2012, 08:30

Luanda, 26 jul (Lusa) - Angola participa nos Jogos Olímpicos com a maior delegação de sempre, com 34 atletas distribuídos por sete modalidades e o sonho de uma medalha está nas mãos da judoca Antónia de Fátima "Faia", porta-estandarte na cerimónia de abertura de Londres2012.

A desilusão para os Jogos Olímpicos foi a seleção masculina de basquetebol, 10 vezes campeã do continente africano e que não conseguiu qualificar-se.

A esperança de uma medalha está na prestação de Antónia "Faia", que no último Campeonato do Mundo de judo, disputado em Bucareste, onde alcançou a medalha de bronze, na categoria de -70 kg.

As outras modalidades em que vão competir atletas angolanos - 29 mulheres e cinco homens - são basquetebol e andebol feminino, natação, atletismo, canoagem e boxe.

Vai ser a oitava vez que Angola compete nos Jogos Olímpicos, depois de se ter estreado em Moscovo (1980), Seul (1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008).

A 27.ª edição dos Jogos Olímpicos decorre entre 27 de julho e 12 de agosto.

EL.

Sem comentários:

Mais lidas da semana