sexta-feira, 6 de julho de 2012

CELEBREMOS A VIDA


por Recados para Facebook

António Veríssimo

Não importa quem, nem os os nem as as. Importa que há nossos semelhantes que nos conquistam e se deixam conquistar, que se desnudam das vestes que podem ser inexatas através da aparência. É então a partir desse momento que conhecemos os ou as, que os ou as vamos descobrindo e observando continuamente, com enorme interesse, que lhes vamos construindo um nicho no nosso coração. Nicho que se confunde com amor ou amizade plena. Confiança plena. Respeito pleno. Admiração. Capacidade de entender e perdoar - se houver razões para desculpar (perdoar) algum desentendimento. E quantas vezes descobrimos que afinal aqueles desentendimentos, quase ofensas, cimentaram mais e melhor as nossas amizades, os nossos amores sem desejos carnais mas de partilhas nos pensares, nos ideais, nas ações... Aprender, aprender sempre. É a vida. A boa vida que merece ser celebrada por tanto entendimento e felicidade nos ter trazido. A má vida fica para trás, sempre, num marco histórico muito bem assinalado na memória para que não cometamos os mesmos erros. Foram os momentos de sofrimento que também soubemos partilhar. É a vida. Vida que só os amigos sabem bem miscigenar. Confundirem-se nas dores, nas ansiedades, nos pessimismos. Força amiga! Força amigo! Ergue-te! Aqui me tens, agarra as minhas mãos, a minha casa, o que é meu e agora é teu. A partilha.

Eis que ambos se agigantam. A má vida, as más experiências, os acontecimentos que nos varreram foram vencidos. Partilhamos sorrisos e felicidades. Celebramos a vitória, mais uma, no longo caminho que nos junta ou que nos juntou. Alheios da distância geográfica que nos separa estamos sempre juntos e presentes. Por isso nem a morte nos separa. E perde significado. Porque juntos vencemos tudo e a ela também, porque ao longo de décadas celebrámos a vida tão intensamente, com tanta partilha, respeito e honestidade, com tanta amizade e amor, com tanta felicidade e sintonia... Como diziamos: "a morte só existe para os que não sentem a vida e não a viveram partilhando com os justos e queridos, com os amados."

Celebremos a vida, minha querida Ana. Continuamos juntos em imensas coisas deste universo e daqueles que desconhecemos. Juntos quase em tudo que me ensinaste, que te ensinei. Estas palavras aqui alinhadas fui eu que as escrevi ou foste tu? Fomos. Exigimos as cores da alegria, da vida, para os imortais. Vivamos com o sorriso da nossa eternidade.

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