terça-feira, 3 de julho de 2012

Diálogo direto com a população privilegiado pelos partidos durante a campanha eleitoral



MSE - Lusa

Díli, 03 jul (Lusa) - O diálogo com a população foi a forma privilegiada pelos partidos políticos de Timor-Leste para fazer chegar a sua mensagem aos eleitores num país onde os vários órgãos de comunicação social só têm expressão em Díli e Baucau.

Timor-Leste realiza eleições legislativas no próximo sábado e durante um mês 21 partidos e coligações percorreram os 13 distritos do país em campanha eleitoral, que termina na quarta-feira.

"A maneira mais efetiva de fazer chegar a mensagem aos eleitores é através de brigadas de trabalho que visitam as casas", afirmou à agência Lusa José Teixeira, da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).

Segundo um estudo da ONU, 16 por cento dos 1.066 milhões de habitantes do país não possui qualquer acesso à informação através de rádio, televisão, jornais ou internet.

"Este grupo de pessoas é informada sobre assuntos de interesse através dos líderes locais e pela comunicação oral", refere o estudo.

Segundo José Teixeira, a Fretilin tem em todos os distritos do país deputados e outros militantes do partido para dialogar com as comunidades.

A Fretilin optou mesmo por cancelar o seu comício de final de campanha em Díli, na quarta-feira, tendo optado por uma ação de distribuição de flores pelos bairros da capital.

Os distritos onde há mais falta de informação, segundo a ONU, são Oecussi, enclave timorense no lado indonésio da ilha, Aileu, Viqueque, Ainaro e Covalima.

Durante as quase cinco semanas que durou a campanha eleitoral, o Partido Democrático (PD) também privilegiou o diálogo direto com a população e com os militantes do partido.

"Explicamos o programa do partido e o que queremos fazer nos setores da agricultura, saúde e educação", explicou à Lusa o assessor de imprensa, José Manequitin.

Segundo o estudo da ONU, apesar de o consumo de jornais e revistas ter aumentado em relação a 2006, o distrito de Díli continua a ser, com 46 por cento, o local onde as pessoas têm mais acesso aquele meio de comunicação, contra os sete por cento de Oecussi, por exemplo.

A ONU revelou também que os cartazes têm um reconhecimento muito baixo ou nulo.

Utilizados durante a propaganda eleitoral, os cartazes dos partidos servem essencialmente para associar a formação partidária ao número em que estão colocados no boletim de voto.

O Partido Social-Democrata (PSD) disse também à Lusa privilegiar o diálogo com a população e a campanha porta a porta para passar a informação aos eleitores.

"Diálogo e encontros com as comunidades foi o que privilegiámos durante o mês de campanha eleitoral", afirmou também o secretário-geral do Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), Dionísio Babo.

No próximo sábado, 645.624 eleitores timorenses são chamados às urnas para eleger os deputados e o próximo Governo do país.

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