MB - Lusa
Bissau, 02 jul (Lusa) - Os trabalhos da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau foram hoje de novo suspensos devido à falta de consenso entre os principais partidos sobre a agenda.
Após duas horas de espera, das 10:00 às 12:00 locais (menos uma hora do que em Lisboa), o presidente em exercício do parlamento, Ibraima Sory Djaló, deu por suspensa a sessão que nem chegou a começar uma vez que os deputados das três principais bancadas pediram para concertar posições.
"A concertação continua a decorrer e nós não temos ainda uma agenda definida sobre os pontos que vamos debater nesta sessão, decido suspender os trabalhos até amanha [terla-feira], às 10:00", disse Sory Djaló.
O impasse deve-se ao facto de o PAIGC (Partido Africano das Independência da Guiné e Cabo Verde), que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril e principal partido no parlamento, exigir a eleição de um novo vice-presidente para a mesa do hemiciclo, situação que o PRS (Partido da Renovação Social, líder da oposição) rejeita.
Os dois partidos não se entendem sobre a colocação deste ponto (eleição de um novo vice-presidente para a mesa do Parlamento) na agenda dos assuntos que devem ser analisados na sessão plenária, iniciada formalmente no dia 29 mas que ainda não debateu nada.
Por iniciativa do PAIGC, disse à imprensa o deputado Lúcio Rodrigues, os três principais partidos no parlamento (PAIGC, PRS e PRID) reunirem-se hoje para "tentar alcançar um consenso".
"Já fizemos três tentativas a nível da Comissão permanente, conferência de líderes parlamentares, reunião da mesa do parlamento e aqui na sessão plenária, sem sucesso. Ainda não conseguimos um consenso para a agenda dos trabalhos e é isso que estamos a tentar aqui nesta reunião", indicou o deputado do PAIGC.
Com o golpe de Estado de 12 de abril e a consequente passagem de Serifo Nhamadjo, então primeiro vice-presidente do parlamento para o cargo de Presidente da República de transição, Ibraima Sory Djaló, que era o segundo vice-presidente do hemiciclo, passou a liderar o parlamento guineense.
Sem comentários:
Enviar um comentário