Debate sobre estado da nação adiado por falta de consenso entre os partidos
26 de Julho de 2012, 15:02
São Tomé, 26 jul (Lusa) - O debate parlamentar sobre o estado da nação previsto para hoje foi adiado por falta de consenso entre o poder e a oposição sobre a duração da discussão.
A oposição pretendia quatro horas para debater os assuntos ligados à execução orçamental, mas o Governo e a bancada parlamentar que o sustenta mostraram-se disponíveis para apenas duas horas.
A falta de consenso levou o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, e seu Governo a abandonar o hemiciclo, e o presidente da assembleia nem sequer entrou na sala, tendo enviado a sua secretária para anunciar aos deputados que não iria haver sessão parlamentar.
Patrice Trovoada deveria estar hoje no parlamento para dar explicações em temas como a comunicação social, saúde, abastecimento do mercado, licitações e contratações e relações externas.
"Nós fizemos duas conferências de líderes e definimos as modalidades de debate, os temas e o tempo. Foram sete temas propostos por eles (oposição) num debate programado para duas horas", justificou o ministro dos assuntos parlamentares, Arlindo Ramos.
"O Governo respondeu positivamente e nós aceitámos vir para a assembleia para realizar este debate, mas quando chegámos aqui houve uma nova proposta de alteração do tempo de duas para quatro horas. Isso não é razoável, pois já havia uma agenda pré-estabelecida com o o primeiro-ministro", acrescentou.
Arlindo Ramos afastou a ideia de uma crise entre o Governo e o parlamento: "É uma questão de nos sentarmos e discutirmos e cumprirmos os que está estabelecido."
Comentando este incidente, o líder da bancada do Partido da Convergência Democrática (PCD, na oposição), Delfim Neves, lamentou "a atitude do presidente da Assembleia Nacional" e lembrou que "o próprio regimento que estabelece o debate com o primeiro-ministro não estabelece o tempo".
O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata reagiu, por seu lado, com "repúdio perante essa atitude do Governo de não estar na plenária para o debate sobre o estado da nação".
"Pretendíamos inquirir sobre várias situações ilícitas que nós conhecemos do funcionamento do Governo", lamentou José Viegas, líder da bancada do MLSTP-PSD.
O político acusou o primeiro-ministro de ter "fugido aos deputados", sublinhando que o mais grave foi a atitude do presidente da Assembleia Nacional.
"Se temos algum repúdio pela atitude do governo, a nossa consternação é ainda maior com a atitude do Sr. presidente da Assembleia que pura e simplesmente nem apareceu na sala da plenária, quando os deputados todos estavam presentes e enviou uma secretária para anunciar que não haveria sessão".
"Achamos que o Sr. presidente da Assembleia demitiu-se da sua responsabilidade", acrescentou o líder da bancada do principal partido da oposição.
A bancada da Ação Democrática Independente, do primeiro-ministro, saiu em defesa do Governo acusando a oposição de falta de honestidade a fazer política".
O debate estava a ser rodeado de muita expectativa, tinha transmissão direta prevista na rádio e televisão públicas e ia acontecer pouco mais de uma semana depois de os três partidos da oposição com assento parlamentar terem assinado um acordo interpartidário destinado à "concertação de posições" e a "falar a uma só voz na Assembleia Nacional.
MYB
Maior partido de oposição introduz moção de censura contra o Governo
26 de Julho de 2012, 18:42
São Tomé, 26 jul (Lusa) - O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), principal partido da oposição, introduziu hoje na Assembleia Nacional uma moção de censura contra o Governo do primeiro-ministro, Patrice Trovoada, disse à Lusa fonte partidária.
A moção de censura vai ser discutida dentro dos próximos três dias úteis, ou seja, na segunda ou terça-feira, disse José Viegas, líder parlamentar do MLSTP-PSD.
"Temos assistido a muitas arbitrariedades na governação, temos vindo a conviver com muita arrogância, petulância e autoritarismo do Sr. primeiro-ministro, existem muitos indícios de corrupção e abuso de poder que pensamos ser necessário travar", disse uma outra fonte do mesmo partido à Lusa.
Primeiro-ministro acusa oposição de bloquear o país
26 de Julho de 2012, 20:37
São Tomé, 26 jul (Lusa) - O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, acusou hoje a oposição de ser "um grupo de políticos em crise", incapaz de "viver longe do poder absoluto, dos privilégios e dos tráficos de influência".
Não existe crise política mas sim um grupo de políticos em crise, que jamais aprendem a viver longe do poder absoluto, dos privilégios e dos tráficos de influência e que para tal estão em permanente gesticulação visando desestabilizar, bloquear e distrair a governação dos seus dignos objetivos", disse Patrice Trovoada em conferência de imprensa, reagindo a uma moção de censura apresentada hoje no parlamento pelo principal partido de oposição, Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP-PSD) e cuja discussão está prevista para terça-feira.
A moção de censura foi apresentada quando o Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa, se encontra de visita a Portugal, com regresso previsto a São Tomé a 03 de agosto.
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