SE A FRETILIN QUISER "ESTRAGAR A FESTA" DE XANANA... "ESTRAGA"!

Zizi Pedruco – Timor Hau Nian Doben

O Congresso Nacional de Reconstrução Timorense (CNRT) liderado por Xanana Gusmão ganhou as últimas eleições legislativas, e com toda a legitimidade excluiu o partido Fretilin para seu parceiro no próximo executivo, a favor do Partido Democrático e da Frente Mudança.

Neste momento, Xanana Gusmão encontra-se em Balibar a estudar a formação do próximo executivo. Passará pela cabeça do senhor primeiro-ministro, de que, afinal, a última palavra sobre a formação deste governo, talvez não esteja, somente nas mãos dele?

É que... Se a Fretilin quiser "estragar a festa" de Xanana... "Estraga"! E pode faze-lo legalmente e sem violência. O direito da Fretilin de "estragar a festa" é-lhe conferido pela Constituição da República de Timor Leste, no art.º 93.º, alínea 2.

Artigo 93.º­ (Eleição e composição)

2. O Parlamento Nacional é constituído por um mínimo de cinquenta e dois e um máximo de sessenta e cinco deputados.

Se o partido liderado por Mari Alkatiri se recusar a fazer parte desta legislatura, o Parlamento pode funcionar? Pode? Não pode! Façam as contas dos assentos parlamentares e depois irão dar-me razão.

Sem o Parlamento a funcionar na sua plenitude, qual será a legitimidade do próximo governo de Xanana Gusmão? Pois é...

Portanto, nem tudo, na realidade, depende do presidente do CNRT, pode ser que seja a Fretilin a ser a detentora da última palavra nesta "festa", que Xanana pensa que é o único anfitrião!

Irá a Fretilin "estragar a festa" de Gusmão? Quem sabe? Só os senhores da Fretilin!

Nota Página Global: Tanto quanto sabemos em Página Global esse quadro foi abordado e analisado informalmente por alguns responsáveis da Fretilin mas não colheu consenso naquilo que corresponde a ser tomada uma posição de boicote ao “status” que reserva a predominância da aliança de partidos liderada como sempre por Xanana Gusmão e que novamente o guinda ao cargo de primeiro-ministro. Digamos que, com 95 por cento de segurança, em PG acreditamos que tal boicote não irá acontecer. Apesar de existirem razões de sobra para que tal acontecesse. É que estas eleições não foram realmente “limpas”, e assim perde a democracia. Verdade que poderia acontecer em novas eleições o CNRT de Xanana aparecer ainda com mais votos a seu favor… Quererá a Fretilin arriscar? Quem não arrisca não petisca. Outra questão, talvez a mais importante: de todo esse quadro do boicote, a acontecer, a democracia sairia reforçada? Existiriam vantagens para os timorenses já tão fartos de serem enganados e roubados? Negociar tal prerrogativa com Gusmão... Debalde. É que Gusmão nem está nessa. "Querem novas eleições? Pois vamos lá a elas!" Dizem que diz... (Redação PG – AV)