segunda-feira, 2 de julho de 2012

UMA VACINA DIVINAL




José Ribeiro – Jornal de Angola, opinião, em A Palavra do Diretor

Para mim, a roda dentada da Bandeira Nacional significa o compromisso pessoal que todos os angolanos devem assumir na construção de um grande país. Sempre que ajudamos a resolver os problemas sociais das comunidades, estamos a acrescentar um dente na gigantesca roda que não pode parar. Sempre que ajudamos Angola a prosperar economicamente, a roda dentada da Bandeira fica ainda maior. Quando elevamos bem alto o nome do país no desporto, nas artes, na economia, na ciência, na diplomacia, na política, estamos a dar à Bandeira Nacional uma roda dentada eficiente, perfeita, que funciona sem falhas.

Aos meus filhos ensinei esta lição. A Bandeira Nacional é um símbolo da pátria. E a roda dentada é onde todos os dias manifestamos o nosso amor por Angola, realizando, estudando e construindo.

Aos meus poucos amigos nada tenho a ensinar, mas fico feliz quando os vejo a colocar, entusiasticamente, mais um dente na roda gigante que estamos a construir e que mantém em marcha toda a Angola nos caminhos do progresso, da cordialidade, da qualidade de vida, da liberdade, da fraternidade, da democracia e do entendimento.

Com a roda dentada que está ao centro da Bandeira Nacional, já foram construídas muitas obras e fabricados muitos sonhos. Sempre que lhe colocamos mais um dente, melhor funciona a engrenagem. A roda gigante é alimentada por muito amor, grande respeito pelos que nada têm e precisam de ter o mínimo para viver, total entrega ao engrandecimento desta querida Angola, onde todos os dias nascem novas obras e se concretizam novos projectos de desenvolvimento.

Se formos capazes de reproduzir a roda dentada da Bandeira Nacional em milhões de rodas, de outras tantas engrenagens que movimentam a paz, o progresso, o bem-estar, a estabilidade política, a felicidade e a abundância, então podemos dizer que já merecemos o nosso pedaço de pão.

O ministro da Saúde, José Van-Dúnem, lançou a campanha de vacinação gratuita contra o cancro do colo do útero, doença que, todos os anos, mata milhares de mulheres. As beneficiárias são meninas entre os dez e os 13 anos. Nos países mais desenvolvidos do mundo, note-se, a vacina é paga! Em Angola, as adolescentes nada pagam.

Dos manuais retiro dados sobre esta vacina divinal: ela fornece uma protecção eficaz contra os dois tipos mais comuns de vírus responsáveis pelo cancro uterino, impede que ocorra infecção e dá a protecção máxima se for administrada antes do início da actividade sexual.

A campanha lançada pelo ministro José Van-Dúnem é de grande significado porque tem um alcance de largas gerações de angolanos.

Mas o Ministério da Saúde lançou também um sistema de apoio à saúde da mulher, através de mensagens “SMS” por telefone móvel.

Uma inovação que só tem paralelo nos países cujos governos têm a saúde na primeira prioridade. Neste caso Angola está na vanguarda.

Coincidência ou não, soube que começou também a funcionar esta semana na Clínica Girassol uma unidade de radioterapia de alto nível, importante no combate ao cancro. E o ministro Manuel Vicente inaugurou também uma estação marítima de fibra óptica, com um cabo submarino que vem da África do Sul, vai a Portugal e enlaça noutro que conduz à Grã-Bretanha. Passamos assim a ter comunicações mais fáceis e baratas, Internet mais rápica, o que é também útil para a saúde, quando já se desenvolvem cirurgias à distância.

É impossível deixarmos de nos identificar, como simples observadores, com um Executivo que realiza medidas desta grandeza. É assim que em todos os Ministérios, nos serviços públicos, nas empresas privadas, nas escolas, nas universidades, nas fazendas, nos quartéis, nos estádios, nos pavilhões polidesportivos, nos mass media, nas igrejas, todos devem proceder para engrandecer a roda que está bem ao centro da Bandeira Nacional. Até os que nem sequer reparam nela são importantes. Alguns até dos que já tiveram a oportunidade de mostrar o que fazem e, em vez de mais um dente, colocaram grãos de areia na engrenagem. Por causa deles, os que estão hoje a trabalhar são obrigados a dar mais, a construir melhor, a fazer o possível e o impossível.

Qualquer medida destinada a ajudar as mães de hoje e de amanhã é sempre execelente. Porque foram elas as primeiras a sofrer com a confusão do passado. Porque são elas as primeiras a perder o seu sorriso característico e a correr aflitas com os filhos quando se convocam manifestações violentas.

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