Opera Mundi, São Paulo
Testes nas roupas do líder palestino acusaram presença anormal de polônio
A viúva de Yasser Arafat pediu nesta quarta-feira (04/07) a exumação do corpo do líder palestino após a divulgação de testes que apontaram uma presença anormal de polônio em seus pertences pessoais. Arafat faleceu em 2004, em um hospital militar em Paris, na França, e a casa de sua morte nunca foi revelada.
A pedido da rede de notícias Al Jazeera, o Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne (Suíça), colheu amostras das roupas que o líder palestino utilizou nos dias que antecederam a sua morte e constatou que em algumas delas a presencia de polônio chegava a ser dez vezes maior que o normal.
Em outros testes, realizados entre março e junho, chegou-se a conclusão que entre 60% e 80% do polônio detectado não era proveniente de fontes naturais.
"Peço uma exumação porque os cientistas suíços disseram que tínhamos que fazer. Só assim vamos estar 100% seguros", acrescentou Suha Arafat, que também solicitou uma investigação internacional similar a realizada no caso do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, que morreu em um atentado em Beirute em 2005.
A ANP (Autoridade Nacional Palestina) também se manifestou sobre o assunto nesta quarta-feira e se mostrou disposta a exumar o corpo do líder palestino diante dos novos indícios. "A Autoridade Palestina sempre esteve disposta a cooperar e ajudar a esclarecer os motivos reais da doença e da morte do anterior presidente", disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, à agência palestina Wafa.
Além disso, Rudeina destacou que a liderança palestina "se comprometeu a investigar as causas" da morte de Arafat, "que permanece na mente dos palestinos, dos árabes e do mundo inteiro, já que foi o símbolo e o líder da luta de povo palestino durante quatro décadas".
O movimento islâmico Hamas pediu a criação de um comitê nacional para reabrir a investigação e pediu que a ANP divulgue toda informação que tiver sobre o caso. O corpo de Arafat está enterrado na Muqata de Ramala, sede da Presidência e do Governo da ANP.
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