FPA – Lusa, com foto
Istambul, 11 ago (Lusa) - A secretária de Estado norte-americana e o seu homólogo turco anunciaram hoje que os seus países estão a criar uma estrutura formal para se preparar para o pior cenário possível na Síria, incluindo um eventual ataque químico.
Numa conferência de imprensa no final de uma reunião em Istambul, Hillary Clinton e Ahmet Davutoglu disseram que os dois países estabeleceriam um grupo de trabalho para responder à crise na Síria, onde as condições estão a deteriorar-se.
O grupo irá coordenar respostas políticas, militares e dos serviços de informações, para o caso de um ataque químico, o que resultaria em emergências médicas e num aumento do número de refugiados a fugir da Síria.
Segundo a chefe da diplomacia norte-americana o grupo é necessário para explorar os "pormenores reais" de potenciais novas crises.
"Temo-nos coordenado de perto ao longo do conflito, mas agora precisamos de entrar nos pormenores reais de um planeamento operacional deste tipo", disse Clinton.
Entre as contingências para as quais os EUA e a Turquia querem preparar-se está "a horrível possibilidade de serem usadas armas químicas", acrescentou.
"O que é que isso significaria em termos de resposta, assistência médica e humanitária e, claro, o que precisa de ser feito para garantir que aquelas armas nunca serão usadas e nunca cairão nas mãos erradas", afirmou.
Na conferência de imprensa, a secretária de Estado norte-americana afirmou que existem "ligações" entre o grupo chiita libanês Hezbollah, o Irão e a Síria, o que "prolonga a vida do regime" de Bashar Al-Assad.
"Continuamos a fazer pressão do exterior. Anunciámos ontem em Washington sanções destinadas a expor e a quebrar os laços entre o Irão, o Hezbollah e a Síria, que prolongam a vida do regime Assad", disse Clinton.
Hillary Clinton afirmou ainda que "a Síria não deve tornar-se um santuário para os terroristas do PKK", movimento armado que combate o governo turco.
A secretária de Estado disse "partilhar as preocupações" da Turquia sobre esse assunto, afirmando que a Síria não pode tornar-se um santuário para os rebeldes turcos, "nem agora, nem depois da queda do regime" do presidente Bashar al-Assad.
Clinton afirmou-se preocupada que "os terroristas do PKK e da Al-Qaeda se aproveitem da luta legítima do povo sírio para promover a sua própria agenda".
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, cujo país combate o PKK desde 1984, defendeu que "não há lugar para um vazio de poder na Síria", já que isso poderia beneficiar os rebeldes do PKK.
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