MB (EO) - Lusa
Bissau, 13 ago (Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, viajou hoje para a Arábia Saudita, onde participa na terça e quarta-feira na cimeira extraordinária dos países islâmicos sobre a Síria.
Na primeira deslocação a um país fora do continente africano, Nhamadjo disse que vai aproveitar a cimeira, na cidade de Meca, para apresentar o ponto da vista da Guiné-Bissau sobre os assuntos em debate, mas também falar da situação do país.
"É um convite para que a Guiné-Bissau tome parte na cimeira que terá lugar na cidade de Meca, é no âmbito da Organização de Conferência Islâmica. É uma cimeira extraordinária para analisar as grandes questões de atualidede internacional", afirmou.
"A Guiné-Bissau vai dar a sua contribuição perante os problemas do mundo, mas também vai apresentar os seus problemas", disse Nhamadjo, momentos antes de embarcar para a Arábia Saudita.
Questionado sobre qual a posição da Guiné-Bissau em relação ao conflito na Síria, Serifo Nhamadjo disse que primeiro é preciso conhecer "com detalhes" as causas do conflito e só depois tomar uma posição.
"Primeiro vamos conhecer os detalhes e só depois formular uma ideia própria. Porque temos estado a acompanhar isso através da imprensa. Não há nada como a apresentação de um relatório mais concreto para podermos ter uma posição definitiva e abalizada", afirmou o presidente de transição da Guiné-Bissau.
"Mas, é evidente que a Guiné-Bissau será sempre pela busca de uma solução negociada", observou Nhamadjo.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros guineenses, Faustino Imbali e das Finanças, Abubacar Demba Dahaba, já se encontram na Arábia Saudita para a cimeira.
O presidente de transição da Guiné-Bissau, bem como o governo, chegaram ao poder na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, não sendo reconhecidos pela maioria da comunidade internacional.
Dirigentes de 57 países reúnem-se na terça-feira, por iniciativa da Arábia Saudita, numa cimeira em que "a questão síria será a primeira prioridade", declarou à France Presse o secretário-geral da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), Ekmeleddin Ihsanoglu.
A Síria, membro da OCI, "não estará representada na cimeira", acrescentou, indicando ainda que haverá uma reunião preparatória, na segunda-feira, de ministros dos Negócios Estrangeiros que deverá "pronunciar-se sobre uma suspensão da Síria, recomendada pelos representantes dos países membros".
A oposição síria não foi até agora convidada para a cimeira, disse à agência francesa o presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), Abdel Basset Sayda, que apelou aos participantes para apoiarem a revolta contra o regime de Damasco e os rebeldes do Exército Sírio Livre.
Além do conflito sírio, a cimeira islâmica deverá abordar o processo de paz israelo-palestiniano, atualmente num impasse e relegado para segundo plano pelas revoltas da chamada Primavera Árabe.
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