NINGUÉM PERGUNTOU A PAULO PORTAS POR DOCUMENTOS DESAPARECIDOS

Nélson Morais – Jornal de Notícias

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal nunca fez qualquer abordagem ao ex-ministro da Defesa Paulo Portas para tentar encontrar os documentos desaparecidos do dossiê dos submarinos.

Paulo Portas, agora ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, invoca o gozo de férias para não responder a perguntas do JN lhe endereçara. Designadamente se tinha sido contactado ou alvo de buscas, da parte do Ministério Público, por causa do desaparecimento de documentos.

Mas, apesar do silêncio do ex-ministro da Defesa, responsável pela compra de dois submarinos alemães por mil milhões de euros, em 2004, o JN apurou que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) nunca tomou essa iniciativa.

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JUSTIÇA PORTUGUESA RENDIDA AO PODER POLÍTICO E OUTROS - opinião

Sobressai quase sempre a rendição da Justiça em Portugal ao poder político e a outros poderes que até assustam os portugueses se decidirem tentar aprofundar a questão. Os portugueses não entendem o que se passa. Não entendem em pleno e daí socorrerem-se da definição “eles” para cozinharem na mesma amálgama políticos, operadores de justiça, potentados económico-financeiros, etc. e tal… “Eles, farinha do mesmo saco…”, “a máfia”… E tantas outras citações do género que escutamos amiúde pelas ruas, pelos cafés, pelos jardins onde a terceira idade se reúne a tagarelar e a jogar cartas ou dominó a fim de comer o tempo de péssima sobrevivência que lhe falta para se finar. É esta a justiça que temos, invertebrada, de cócoras, à babuja… Que respeito nos merece? Para onde vamos? Para onde vai Portugal? Foi para esta súcia indefinida e imensa de malfeitores se sobrepor que reconquistámos a liberdade e a democracia cada vez mais definhadas? (PG – AV)