segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Portugal - Algarve: Mesmo de férias, Cavaco e Passos não se livram dos protestos



Ricardo Paz Barroso – i online

GNR travou manifestantes à porta de casa do primeiro-ministro e do Presidente. Está marcado para amanhã um buzinão na festa do Pontal

As férias do primeiro-ministro e do Presidente da República, ambos a banhos no Algarve, estão a ser vividas sob o mote de “quem anda à chuva, molha--se”, isto apesar de ser Agosto. É que Passos Coelho e Cavaco Silva foram alvo de protestos este fim-de-semana por causa da instalação de portagens na Via do Infante (A22). Estão prometidos mais protestos para amanhã, com uma marcha lenta e um buzinão, junto à Festa do Pontal, do PSD, que este ano, por acaso, realiza-se à porta fechada, num parque aquático da zona de Quarteira.

Ontem de manhã, os manifestantes (sete pessoas, segundo o “Diário de Notícias”) tentaram falar com o primeiro-ministro, na casa onde passa férias, na Manta Rota, em Vila Real de Santo António, mas foram barrados pela GNR. Os agentes da autoridade fizeram depois chegar a um “assessor escondido” o documento com as razões dos protestos. “Os documentos foram entregues pelas autoridades ao assessor, mas o assessor está escondido, está por trás de um carro, enfim, em pose turística, de óculos escuros”, contou à Renascença o porta-voz dos manifestantes, João Gonçalves, que também é o coordenador distrital do Bloco de Esquerda de Lagos.

Um dia antes, no sábado, na Aldeia da Coelha, em Albufeira, Cavaco também não compareceu à chamada. De novo, coube à GNR travar os ímpetos dos manifestantes, que montaram uma vigília nas imediações da casa de férias do presidente. E desta vez nem houve assessores, com ou sem óculos escuros ou poses turísticas: “É sinal que o senhor Presidente fala muito de diálogo, muita democracia, [que] é preciso ouvir os cidadãos, ter em conta as suas reivindicações, mas quando chega a hora da verdade nada”, qualificou João Gonçalves à emissora católica.

Mas Gonçalves não desarmou: “Foi uma atitude que consideramos lamentável e inqualificável, mas vamos fazer chegar a nossa mensagem por outras vias”, nomeadamente através de uma carta registada, com aviso de recepção.

Cavaco Silva e Passos Coelho já estavam avisados de que este poderia ser um “Verão quente” de protestos, pelo que a segurança foi este ano reforçada. Segundo o “Correio da Manhã”, a família Passos Coelho passou as férias (que terminam esta semana) rodeado por três elementos do Corpo de Segurança Pessoal da PSP, fosse no mar ou no mercado local de Manta Rota. Também na rua onde Passos está instalado foi montado um posto fixo de segurança, assim como foi reforçada a vigilância sobre os percursos habituais do primeiro-ministro.

Quanto a Cavaco Silva, nada menos que 10 elementos policiais, divididos por turnos, para fazer a segurança presidencial. Para tal, diz o diário, a Unidade de Segurança e Honras de Estado da GNR deslocou seis a sete elementos de Lisboa para aquela zona de Albufeira. E a rua onde fica a casa de férias da família Silva foi fechada ao trânsito.

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