segunda-feira, 20 de agosto de 2012

São Tomé e Príncipe: Patrice Trovoada diz não recear eleições antecipadas



MYB - Lusa

São Tomé, 19 Ago (Lusa) - O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, disse hoje temer que o seu governo possa ser derrubado nas "próximas semanas" pela oposição, mas diz não recear eleições antecipadas.

"As próximas semanas serão semanas de luta. Toda a gente sabe que a oposição quer fazer cair o governo, toda a gente sabe que esta oposição não quer eleições agora", alertou Patrice Trovoada, dirigindo-se aos militantes do seu partido que se reuniram este fim de semana em conselho nacional, no cinema Marcelo da Veiga, na capital do país.

"Eu já disse e volto a repetir: se esse barulho tem que acabar com eleições, façamos eleições hoje, a ADI (Acção Democrática Independente) terá maioria absoluta e teremos tranquilidade absoluta" para governar, desafiou Patrice Trovoada.

O MLSTP-PSD, principal partido da oposição, já respondeu que não hesitará em "interromper a governação" se estiver em causa o interesse do povo e a democracia.

"Não é esse o nosso objetivo, mas também queremos dizer ao poder que temos instrumentos constitucionais para poder interromper a governação sim. Se os interesses do povo de São Tomé e Príncipe estiverem em causa e se nós formos chamados a intervir, nós faremos essa intervenção", disse Alcino Pinto vice-presidente do MLSTP-PSD.

Nas últimas semanas, oposição e governo têm trocado duras acusações, tendo o chefe do executivo e líder do partido no poder, ADI, desafiado a oposição a provocar eleições antecipadas.

"Enquanto o povo tiver confiança no governo, o governo vai governar, enquanto o povo tiver confiança em Patrice Trovoada, Patrice Trovoada será o primeiro-ministro e chefe do governo", sentenciou o chefe do executivo, acusado pela oposição de "usar o nome dos são-tomenses para resolver os seus problemas pessoais" e de, nos últimos dois anos ter acumulado "mais dinheiro do que o próprio país".

Afonso Varela, ministro secretário-geral do governo acusou na sexta-feira a oposição, nomeadamente o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) e o Partido da Convergência Democrática (PCD), de "tentarem em quase todas as circunstâncias introduzir elementos de perturbação para dificultar o desempenho do governo".

Hoje, o MLSTP fez uma "avaliação má" dos últimos dois anos de governação do ADI, sublinhando que houve "um retrocesso na qualidade de vida" dos cidadãos são-tomense.

Considera, no entanto, a estabilidade politica como sendo "o aspeto positivo destes dois anos" de governação, sublinhando que essa estabilidade foi proporcionada sobretudo pela oposição parlamentar.

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