"Indícios de discrepâncias consideráveis" no apuramento da votação -- líder da CASA-CE
07 de Setembro de 2012, 12:55
Luanda, 07 set (Lusa) - O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE) denunciou hoje em Luanda a existência de "indícios de discrepâncias consideráveis" no apuramento da votação das eleições gerais de 31 de agosto.
Abel Chivukuvuku, que falava em conferência de imprensa, acrescentou que essas "discrepâncias" se traduzem sobretudo na atribuição "inflacionada" de votos a outra formação política, que se escusou a identificar.
Chivukuvuku disse ainda que a coligação aguarda que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) faculte as atas síntese das mesas de voto para confirmar ou não os "indícios" que denunciou, porque, reclamou: "o essencial é o apuramento da verdade".
José Eduardo dos Santos proclamado Presidente-eleito
07 de Setembro de 2012, 20:12
Luanda, 07 set (Lusa) - José Eduardo dos Santos foi proclamado hoje em Luanda como Presidente-eleito de Angola nas eleições gerais de 31 de agosto, numa declaração lida pelo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana.
André da Silva Neto anunciou ainda que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que dirige os destinos do país desde a independência, em 1975, foi a formação política mais votada, elegendo 175 dos 220 deputados da Assembleia Nacional angolana.
O segundo partido mais votado foi a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que elegeu 32 deputados, seguindo-se a Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), com oito deputados, o Partido da Renovação Social, com três, e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com os restantes dois.
Dos 9.757.671 eleitores inscritos foram registados 6.124.669 votantes, pelo que a abstenção no escrutínio foi de 37,23 por cento, cerca de três vezes superior à das eleições legislativas de 2008.
Na declaração que fez antes da leitura dos resultados finais provisórios, André da Silva Neto destacou o que classificou como "desfecho exitoso" do processo eleitoral e salientou os "avanços técnicos e organizativos alcançados" em comparação com os dois escrutínios anteriores, em 1992 e 2008.
Reconheceu, todavia, que os "desacertos e imprecisões verificados num ou noutro caso", que considerou "inevitáveis", se justificam pelos "sofisticados e complexos novos métodos introduzidos" face ao período de tempo concedido à CNE para preparar e organizar o ato eleitoral.
Os "desacertos e imprecisões" referenciados "impediram que uma respeitável franja" do eleitorado exercesse o direito de votar, acrescentou.
"Contudo, tais discrepâncias em nada beliscaram o processo eleitoral agora concluído e podemos informar convictamente que conseguimos, apesar das inúmeras dificuldades, realizar e concluir um processo transparente, justo, livre, credível e democrático", acentuou.
Para dar força às suas conclusões, André da Silva Neto citou os "rasgados elogios" dos observadores nacionais e internacionais, de especialistas de "reconhecido mérito em processos eleitorais, dos "fazedores de opinião" e de estadistas de vários países e políticos de "craveira nacional e internacional".
Não houve direito a perguntas na sessão.
EL.
Quadro dos resultados finais -- CNE
07 de Setembro de 2012, 21:53
Luanda, 07 set (Lusa) - A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) divulgou hoje à noite em Luanda os resultados definitivos das eleições gerais em Angola, realizadas em 31 de agosto, que deram ao MPLA, partido no poder, uma maioria qualificada de 71,84 por cento.
O quadro dos resultados divulgados pelo presidente da CNE, André da Silva Neto, é o seguinte:
Eleitores inscritos: 9.757.671
Votantes: 6.124.669 (62,77%)
Votos brancos: 212.023 (3,46%)
Votos nulos: 156.642 (2,56%)
Votos válidos: 5.756.004 (93,98%)
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA): 4.135.503 (71,84%) - 175 deputados (191 em 2008)
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA): 1.074.565 (18,66%) - 32 (16)
Convergência Ampla de Salvação Nacional - Coligação Eleitoral (CASA-CE): 345.589 (6,00%) 8 (não concorreu em 2008)
Partido de Renovação Social (PRS): 98.233 (1,70%) - 3 (8)
Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA): 65.163 (1,13%) - 2 (3)
Nova Democracia (ND): 13.337 (0,23%) - 0 (2)
Partido Popular para o Desenvolvimento (PAPOD): 8.710 (0,15%)
Frente Unida para a Mudança de Angola (FUMA): 8.260 (0,14%)
Conselho Político da Oposição (CPO): 6.644 (0,11%).
As eleições gerais em Angola elegem 220 deputados, 130 pelo círculo nacional e os restantes 90 distribuídos pelos 18 círculos provinciais (cinco cada).
Pela primeira vez, o Presidente da República e o vice-Presidente da República foram eleitos indiretamente, a partir do número um e número dois da lista mais votada.
EL (HB).
MPLA perdeu 16 deputados e UNITA dobra representação para 32
07 de Setembro de 2012, 22:12
Luanda, 07 set (Lusa) - O MPLA, partido no poder em Angola desde a independência, em 1975, perdeu 16 deputados nas eleições gerais de 31 de agosto, embora mantenha uma expressiva maioria qualificada, enquanto a UNITA dobrou sua representação, garantindo 32 parlamentares.
Relativamente às eleições legislativas de 2008, a futura Assembleia Nacional terá novamente cinco formações representadas.
A novidade reside na entrada da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), que elegeu oito deputados, em substituição de outra coligação, a Nova Democracia-União Eleitoral, que perdeu os dois eleitos há quatro anos.
O escrutínio de 31 de agosto ditou ainda a perda de cinco deputados do Partido de Renovação Social (PRS), que elegeu apenas três, e da FNLA, que agora apenas conseguiu fazer eleger dois dos três eleitos em 2008.
Assim, a distribuição de deputados eleitos, comparativamente a 2008, é a seguinte:
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA): 175 (191 em 2008)
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA): 32 (16)
Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE): 8 (não concorreu em 2008)
Partido de Renovação Social (PRS): 3 (8)
Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA): 2 (3)
Nova Democracia-União Eleitoral (ND): 0 (2).
EL.
Nova marginal da Baía de Luanda quer ser cartão de visita do país
08 de Setembro de 2012, 11:22
Luanda, 08 set (Lusa) - Oito anos depois de o projeto ter sido aprovado em Conselho de Ministros e 30 meses após o início das obras, a nova marginal da Baía de Luanda apresenta-se hoje metamorfoseada no cartão de visita de Angola.
"Foi um grande desafio requalificar uma marginal, que tem mais de 500 anos, e uma baía históricas. Foi um projeto que teve bastantes entraves e alguma relutância por parte das pessoas que resistem à mudança", explicou em entrevista à Lusa Miguel Carneiro, administrador executivo da Sociedade Baía de Luanda (SBL), gestora do empreendimento.
Detida maioritariamente pela petrolífera angolana Sonangol, e tendo como principais acionistas os bancos Privado Atlântico e Comercial Português e a FiniCapital, a SBL promete transformar ainda mais a agora chamada Avenida 4 de Fevereiro, conhecida popularmente como Marginal e que no tempo colonial recebeu o nome Paulo Dias de Novais, em honra do fundador da cidade, em 1576.
A inauguração coincidiu com a passagem do 70.º aniversário do Presidente angolano José Eduardo dos Santos, em 28 de agosto.
"A próxima fase, já iniciada, é a transformação da antiga avenida marginal em locais de estacionamento. Temos atualmente 1.175 lugares de estacionamento e o total é de 2.900. Em termos de promoção e desenvolvimento imobiliário, uma das componentes do projeto, temos parcelas de terreno que foram cedidas à SBL sob o regime de direito de superfície pelo Governo Provincial de Luanda, e sobre essas parcelas iremos então edificar prédios", adiantou Miguel Carneiro.
A infraestruturação começa este mês e vai até março de 2013. O objetivo é assegurar a criação de redes de esgotos e de abastecimento de água e eletricidade, para permitir aos promotores imobiliários desenvolverem projetos de edificação.
O desenvolvimento imobiliário será feito através da conquista de novos espaços no interior da baía e constitui contrapartida do investimento de cerca de 300 milhões de euros, assumido na íntegra pela banca privada angolana.
Nestes novos espaços urbanos, com vista para o Oceano Atlântico e para a Baía de Luanda, a SBL vai construir em mais de 90 lotes de terreno, com diferentes dimensões.
Os trabalhos de requalificação da nova marginal da capital angolana passaram pela construção de uma ponte que faz a ligação com a ilha do Cabo e assegura a passagem para a Praia do Bispo, a dragagem, com descontaminação das águas poluídas, a criação de espaços verdes e a montagem de um novo sistema de esgotos, que antes desaguavam para a baía.
Parques infantis, espaços desportivos e para eventos culturais, uma ciclovia de 3,1 quilómetros e 147 mil metros quadrados de espaços pedonais são os atrativos que estão a levar cinco mil pessoas por dia em média à zona.
"Inicialmente foi recebido com bastante relutância. Contudo, à medida que foi avançando, a sociedade civil angolana e os luandenses abraçaram o projeto. Temos tipo uma media diária, sobretudo no final da tarde e principio da noite de cinco mil pessoas. No fim de semana já tivemos um pico de 15 mil pessoas", destacou Miguel Carneiro.
"É um espaço que traz uma energia e um oxigénio novo à cidade de Luanda. Temos uma costa em Angola muito longa, mais de mil quilómetros de costa marítima, e precisávamos de complementá-lo com espaços que fossem ao ar livre, mas não fossem forçosamente espaço de praia", acrescentou.
Miguel Carneiro considera que a nova marginal é "claramente um cartão postal de Luanda e de Angola".
"É claramente uma demonstração das oportunidades de investimento em Angola e sobretudo da força que o governo tem estado a dar ao investimento privado, seja nacional seja estrangeiro. É uma oportunidade clara para, neste caso, os empresários portugueses também poderem investir em Angola", concluiu.
EL.
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
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