quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Guiné-Bissau: Brasil defende "harmonização" de posições da CPLP e da CEDEAO

 

PDF - Lusa
 
Nações Unidas, Nova Iorque, 27 set (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil defendeu na quarta-feira uma "harmonização" de posições entre a CPLP e a comunidade da África Ocidental (CEDEAO) em relação à Guiné-Bissau, e um maior envolvimento do secretário-geral da ONU numa solução.
 
Questionado pela agência Lusa sobre se é altura de a posição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) evoluir no sentido de trabalhar com o governo saído do golpe de Estado de abril, que está de facto no poder, António Patriota rejeitou que haja um "braço de ferro" entre o bloco lusófono e a comunidade regional.
 
"O esforço aqui é harmonizar o papel que diferentes países, individualmente e em agrupamentos sub-regionais, podem exercer", afirmou o ministro brasileiro.
 
Patriota discutiu, durante a tarde nas Nações Unidas, a questão guineense com a futura presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma.
 
"A ideia é promover uma articulação que seja harmoniosa e leve a efeitos palpáveis, um melhoria de condições de vida e progressos institucional na Guiné-Bissau, com cada grupo exercendo o seu papel", afirmou.
 
Uma reunião das lideranças da CPLP e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) terá lugar nos próximos dias, para identificar "pontos de estrangulamento e pontos de convergência com vista a que se encontre uma solução rápida para Guiné-Bissau", disse à Lusa o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy.
 
Sobre a retoma das eleições interrompidas pelo golpe de Estado de abril, uma exigência que CPLP tem apresentado, recusando-se a reconhecer o governo saído do golpe, Murargy afirmou que "é um caso a repensar".
 
O plano de ação será submetido ao longo desta semana aos ministros dos países membros da CPLP e CEDEAO.
 
A situação na Guiné-Bissau será abordada também numa reunião da Comissão de Consolidação para a Paz, que deverá ter lugar hoje.
 
António Patriota defendeu ainda a necessidade de uma reunião de alto nível, em conformidade com as determinações do Conselho de Segurança, que preveem um papel mais interventivo para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
 
À margem do debate anual da Assembleia Geral da ONU, Patriota encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, para preparar a visita da presidente brasileira, Dilma Rousseff, a Moscovo este ano.
 
Esteve ainda com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, com o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, e participou num encontro dos países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), em que foi analisada a questão do Médio Oriente.
 

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