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Nações Unidas, Nova
Iorque, 27 set (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil defendeu
na quarta-feira uma "harmonização" de posições entre a CPLP e a
comunidade da África Ocidental (CEDEAO) em relação à Guiné-Bissau, e um maior
envolvimento do secretário-geral da ONU numa solução.
Questionado pela
agência Lusa sobre se é altura de a posição da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) evoluir no sentido de trabalhar com o governo saído do golpe
de Estado de abril, que está de facto no poder, António Patriota rejeitou que
haja um "braço de ferro" entre o bloco lusófono e a comunidade
regional.
"O esforço
aqui é harmonizar o papel que diferentes países, individualmente e em
agrupamentos sub-regionais, podem exercer", afirmou o ministro brasileiro.
Patriota discutiu,
durante a tarde nas Nações Unidas, a questão guineense com a futura presidente
da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma.
"A ideia é
promover uma articulação que seja harmoniosa e leve a efeitos palpáveis, um
melhoria de condições de vida e progressos institucional na Guiné-Bissau, com
cada grupo exercendo o seu papel", afirmou.
Uma reunião das
lideranças da CPLP e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO) terá lugar nos próximos dias, para identificar "pontos de
estrangulamento e pontos de convergência com vista a que se encontre uma
solução rápida para Guiné-Bissau", disse à Lusa o secretário executivo da
CPLP, Murade Murargy.
Sobre a retoma das
eleições interrompidas pelo golpe de Estado de abril, uma exigência que CPLP
tem apresentado, recusando-se a reconhecer o governo saído do golpe, Murargy
afirmou que "é um caso a repensar".
O plano de ação
será submetido ao longo desta semana aos ministros dos países membros da CPLP e
CEDEAO.
A situação na
Guiné-Bissau será abordada também numa reunião da Comissão de Consolidação para
a Paz, que deverá ter lugar hoje.
António Patriota
defendeu ainda a necessidade de uma reunião de alto nível, em conformidade com
as determinações do Conselho de Segurança, que preveem um papel mais
interventivo para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
À margem do debate
anual da Assembleia Geral da ONU, Patriota encontrou-se com o ministro dos
Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, para preparar a visita da
presidente brasileira, Dilma Rousseff, a Moscovo este ano.
Esteve ainda com o
ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, com o enviado
especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, e participou num
encontro dos países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), em que foi analisada
a questão do Médio Oriente.
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