FP - Lusa
Bissau, 14 set (Lusa) - O líder do maior partido da oposição na Guiné-Bissau, Kumba Ialá, defendeu hoje que o momento é avesso "a veleidades de uma pretensa maioria, cujo único objetivo é empurrar" o país "para uma solução de guerra".
O presidente do PRS (Partido da Renovação Social) falava no encerramento de umas jornadas de reflexão organizadas pelos jovens do partido, que antecederam uma reunião da Comissão Nacional do PRS (até domingo), que deve marcar a data do congresso.
Kumba Ialá pediu aos jovens para que estejam "bem conscientes" do momento crítico que o país atravessa e acrescentou: "existem forças obscuras, com agendas tenebrosas, a rumar em sentido contrário a soluções preconizadas e implementadas em comum acordo com altas instâncias internacionais e regionais em relação à nossa crise".
"Temos consciência de que a solução encontrada para a atual fórmula de transição não seja a ideal, mas também temos plena convicção de que o momento não se presta a veleidades de uma pretensa maioria", que teria como objetivo levar a Guiné-Bissau para uma solução de guerra "como aliás já o fizeram no passado", advertiu.
O PRS, acrescentou, "não recuará perante indivíduos que ao sabor de interesses mesquinhos vão querer fazer vingar a sua agenda política contra os interesses" do povo.
Kumba Ialá, que pouco tem aparecido publicamente desde abril, quando do golpe de Estado que depôs o governo eleito de Carlos Gomes Júnior, disse ainda que esforços de entendimento nunca serão possíveis sem uma verdadeira coesão nacional e que esta deve começar dentro do PRS.
Um amplo entendimento, acrescentou, só com o empenho de todos, "através da promoção da justiça, que não seja de punição, mas de maior harmonização e reconciliação", porque "o momento não é propício para querelas e divisões internas".
Abu Moreira, presidente da comissão organizadora do encontro que juntou centenas de jovens, disse aos jornalistas que a iniciativa serviu para unir mais os jovens, e que só unido o PRS pode ganhar eleições.
Os jovens, acrescentou, querem uma representatividade de30 por cento nos órgãos do partido, nas candidaturas a deputados e num eventual governo. E disse que no partido tem "reinado mais o amiguismo do que a democracia", pelo que é necessário "fazer a democracia interna".
Nas recomendações ao partido, os jovens pedem que seja criado um regulamento interno, que sejam fixados valores de quotas, que nas listas de candidatos a deputados hajam cinco lugares para jovens em lugares elegíveis, que seja construída uma sede própria para o PRS, que os estatutos do partido sejam respeitados e que acabe "a política de exclusão e se esqueça definitivamente o passado negro do PRS".
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