terça-feira, 11 de setembro de 2012

Guiné-Bissau: A SAÚDE ANDA DOENTE, ULTRAPASSAR A CRISE, HAJA LUZ

 


Greve na Saúde desconvocada
 
11 de Setembro de 2012, 16:40
 
Bissau, 11 set (Lusa) - A greve no setor da saúde da Guiné-Bissau que decorria há cinco dias foi hoje desconvocada, depois de o governo de transição e os sindicatos terem chegado a acordo, disse à Lusa fonte sindical.
 
Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos de Saúde (STS), disse à Lusa que o fim da greve decorreu de uma reunião realizada na manhã de hoje, na qual o governo se comprometeu a pagar as dívidas ao setor.
 
Na segunda-feira o sindicalista já tinha anunciado que, caso o governo não respondesse às reivindicações, os sindicatos iriam apresentar novo pré-aviso de greve, depois de terminado o primeiro período, de sete dias. A greve foi convocada pelo STS e pelo Sindicato dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins (SINETSA).
 
Os sindicatos exigiam o pagamento de uma dívida ao setor de 349 milhões de francos CFA (532 mil euros). Domingos Sami disse à Lusa que desse montante apenas resta pagar 98 milhões e que o Governo se comprometeu a pagar o restante.
 
Governo e sindicatos, acrescentou, assinaram também um memorando para discutir através de uma comissão a revisão de carreiras e subsídios como o de vela, de isolamento (técnicos colocados em localidades recônditas) e de risco, bem como de novos ingressos e pessoal contratado.
 
Em agosto passado os dois sindicatos haviam convocado uma greve de 11 dias, mas volvidos quatro dias da paralisação levantaram-na mediante o compromisso do governo de transição em como as reivindicações dos sindicatos seriam atendidas num calendário acordado entre as duas partes.
 
Com o acordo hoje alcançado, a greve, frisou Domingos Sami, é levantada a partir de hoje, assim que seja divulgado um comunicado nesse sentido.
 
FP.
 
Pequeno partido pede intervenção do Presidente de transição para ultrapassar crise
 
11 de Setembro de 2012, 18:44
 
Bissau, 11 set (Lusa) - A União para a Mudança (UM), pequeno partido da Guiné-Bissau, pediu hoje ao Presidente de transição para que promova um encontro entre as duas maiores forças partidárias para ultrapassar a crise no país.
 
Agnelo Regalla, líder da UM, sem representação parlamentar, disse aos jornalistas após mais de uma hora de audiência com Serifo Nhamadjo que a busca de soluções para o impasse que o país vive "é urgente" e passa por entendimentos, e concessões, entre políticos, sociedade civil e sociedade castrense.
 
"Pensamos que há esforços que têm estado a ser envidados no sentido da busca de melhores soluções", disse Agnelo Regalla, defendendo que o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) deve assinar o Pacto de Transição e o Acordo Político, documentos assinados pelos militares e por partidos que se encontravam na oposição mas não pelo maioritário até ao golpe de Estado de 12 de abril passado.
 
"Penso que isso virá a acontecer", disse o responsável, que defendeu uma negociação entre PAIGC e PRS (Partido da Renovação Social) para que haja eleições para a mesa da Assembleia Nacional Popular e que assim um "parlamento funcional possa legitimar o governo e um novo primeiro-ministro, que pode inclusive ser o atual, e um governo inclusivo, com o PAIGC a fazer parte".
 
No documento hoje entregue ao Presidente de transição e a que a Lusa teve acesso, a UM afirma-se "consciente" de que as eleições não se podem realizar no prazo definido e, que por isso, "na base de um consenso, seja dilatado mais seis meses, isto é, até novembro de 2013".
 
De acordo com o documento, é inegável "a crescente onda de crise que o país atravessa", exemplificada nos resultados da campanha de comercialização de caju (o principal produto do país) e na não exportação, até agora, "de 65 mil toneladas desse produto estratégico".
 
Pelo estado de "asfixia do país", é "urgente agir de forma patriótica e pragmática" para retirar a Guiné-Bissau desta situação, "deixando para mais tarde os jogos político-partidários e os interesses individuais ou de grupo", diz o documento.
 
A Guiné-Bissau atravessa um período de crise na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, quando militares afastaram os governantes eleitos.
 
Desde então, PAIGC e PRS não se entenderam quanto ao funcionamento da Assembleia Nacional Popular. O governo de transição entretanto criado não é reconhecido pela maioria da comunidade internacional.
 
FP.
 
Capital terá luz sem interrupções até fim do ano, promete empresa de distribuição
 
11 de Setembro de 2012, 19:17
 
Bissau, 11 set (Lusa) - A direção da EAGB (Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau) prometeu hoje que até ao fim do ano haverá energia elétrica sem interrupções na capital do país, e eletricidade em breve nas vilas vizinhas de Safim e Quinhamel.
 
Serifo Baldé, presidente do Conselho de Administração da empresa, disse que está a ser preparada a entrada em funcionamento de um novo grupo de geradores, movidos a 'fuel', e que a EAGB está a analisar parcerias para concessionar a privados algumas áreas para efeitos de fornecimento de energia elétrica.
 
"Já estamos a receber lamentações das mulheres vendedeiras de gelo, que nos têm dito que os seus produtos já não têm procura, devido ao fornecimento regular da luz por parte da EAGB nos últimos tempos", explicou Serifo Baldé, numa entrevista à Agência de Notícias da Guiné-Bissau (ANGB).
 
Na entrevista, o responsável disse que "todos os trabalhadores da EAGB se uniram num único objetivo de garantir a luz elétrica aos seus clientes" e que a introdução de contadores pré-pagos vai permitir à empresa recuperar custos.
 
"A EAGB tem uma avultada soma em dívida por parte dos seus clientes. As pessoas não têm cultura de pagar a luz mas sim de consumo", lamentou, acrescentando que a direção da empresa pretende baixar os preços da energia.
 
A Guiné-Bissau tem uma falta crónica de fornecimento de energia e mesmo na capital tem sido normal os particulares recorrerem ao uso de geradores.
 
No último mês no entanto a situação melhorou, com a EAGB a fornecer energia quase sem interrupções a particulares na capital, embora continue sem fornecer energia para a iluminação pública nas poucas ruas onde existe.
 
FP.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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